No CONAREC 2022, o painel “Trajetória de perseverança no empreendedorismo”, trouxe as irmãs Sheila Makeda, CEO da Makeda Cosméticos e Shirley Leela, Diretora de Desenvolvimento da Makeda Cosméticos para uma conversa sobre empreendedorismo no Brasil.
Confira a cobertura completa do CONAREC 2022
Na história da Makeda, o empreendedorismo vem de família. Uma trajetória sobre fazer de cada momento e seus desafios, o combustível para seguir seus sonhos. Uma história que nas palavras de Sheila, “sempre com muito merecimento”.
Foi em 1993 que a mãe das irmãs, após uma formação em cabelereira, participou de um processo seletivo em uma empresa de cosméticos americana e ganhou seu primeiro kit de cosméticos e passou a atender à domicílio.
As irmãs, ainda adolescentes, acompanhavam tudo muito de perto. No entanto, em 1995 essa empresa encerrou suas atividades no Brasil e a mãe, desempregada, abriu seu primeiro salão de beleza.
As irmãs então começaram a trabalhar com a mãe e o salão perpetuou por cerca de 15 anos.
As meninas se tornaram técnicas capilares e se especializaram em cabelos crespos. Trabalharam com várias empresas de cosméticos, participaram de diversas feiras e eventos e construíram um know-how de alto nível neste setor.
“Nosso diferencial é que além da técnica tínhamos o conhecimento no dia a dia do cabelo crespo” – Sheila Makeda, CEO da Makeda Cosméticos.
Empreendedorismo e transição
Mas foi após um período de autoconhecimento sobre suas raízes africanas que Sheila decidiu que o cabelo afro seria sua marca. O próximo passo foi junto a sua irmã desenvolver um produto natural para pessoas com esse tipo de cabelo.
“Foi dando muito certo. Eu comecei a usar no meu cabelo e as clientes que eu atendia à domicílio também gostaram”, conta Sheila. A partir daí elas desenvolvem um tratamento exclusivo, uma técnica própria e deram início aos produtos da marca.
“Eu e minha irmã observamos uma oportunidade naquela época. Juntamos conhecimento técnico e muita vontade e investimos tudo que tínhamos na criação da Makeda Cosméticos”, conta Sheila.
“Foi visitando indústrias e com a ajuda de uma gerente de cosméticos de uma empresa, também negra, que me mostrou toda a área, que entendi os caminhos para criar a nossa empresa. Com 4 mil reais e com o dinheiro do tempo de serviço da minha irmã, que tinha sido demitida na mesma época, iniciamos nossa empresa”, relata Sheila.
Em 2012 a Makeda Cosméticos então lança seus primeiros produtos. “Mas como escalar essa marca e mostrar principalmente para a comunidade negra nossos produtos? Tivemos a ideia de participar da ‘Feira Preta’ nesse mesmo ano com apenas dois produtos, e eles se esgotaram rapidamente. Então pudemos ver nosso potencial e seguimos adiante”, conta Shirley Leela sobre o início da marca.
Confira toda a cobertura do CONAREC 2022
Makeda também é uma plataforma para empreendedorismo
A partir daí a marca se consolidou e criou uma linha de produtos veganos e naturais. Alguns anos depois, a Makeda passou por um projeto do Itaú para pequenos empreendedores e assim conseguiu ganhar escala de forma sustentável.
Veio a abertura da loja em um shopping no centro de São Paulo, toda de material reciclado, e a marca consegui amplitude no mercado de varejo de cosméticos.
“Nessa época lançamos um projeto para mulheres negras empreendedoras, o Projeto Makeda Terapeuta. Apoiamos mulheres negras de periferia que queiram trabalhar com a área da beleza e se especializar no tratamento de cabelos crespos e cacheados”, explica Sheila.
Ao final do case, a Makeda Cosméticos reforça o potencial do olhar atendo para nichos e novas oportunidades no varejo brasileiro. Revela também toda a paixão e entusiasmo por trás de um sonho. E para todos os desafios de ser um empreendedor no Brasil, Sheila costuma dizer: “quando você agradece aos ‘Nãos’, você enche sua vida de ‘Sims’”.
+ Notícias
Criptomoedas e o salto tecnológico na experiência do cliente
Pragmático, infiel e digital: como a Geração Z construiu mindset de smart buying