A embalagem de um produto tem poder? Sem dúvida! Na jornada de consumo e experiência de compra, a embalagem determina nossas escolhas. Por exemplo, você está morrendo de vontade de trocar de xampu e por alguma razão não se decide na hora da compra. Como você seleciona uma alternativa? Você geralmente começa sua escolha pela embalagem que mais lhe atraiu. E convenhamos, muitas vezes você faz isso por necessidade, já que não tem a chance de provar ou experimentar determinado produto. A embalagem naquele momento foi quem fez a venda.
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Mas como isso afeta nossa decisão de compra?
Assim como a moda expressa quem somos, a embalagem faz isso pelos produtos. Não sabemos o que realmente nos afeta quando tomamos uma decisão de compra. O que sabemos é o que os profissionais de marketing sabem: se trata de emoções. Como a marca nos faz sentir, é o que importa. Nossas primeiras impressões, seja sobre produtos ou pessoas, são fortes e rápidas. Em muitos casos, a embalagem é o principal influenciador e os bilhões gastos com elas e em propaganda não são gastos em explicações. Não precisa. Os profissionais de marketing sabem o que funciona, embora nem sempre saibam como ou por quê.
Muito além do encantamento
A embalagem tem um enorme impacto em muitas outras áreas também e não apenas em nossas decisões de compra. Para o acondicionamento correto, segurança e durabilidade do produto. Para sua melhor apreciação, para revelar seu encantamento são muitas as funções de uma boa embalagem.
Nas prateleiras das lojas ela busca a menor utilização e melhor distribuição do espaço. Ou o contrário. Há uma razão pela qual uma caixa de doze comprimidos é cinco ou mais vezes maior do que realmente precisa ser: o espaço que ela ocupa tira espaço da concorrência.
Do lado do impacto ambiental, uma caixa maior também significa caixas maiores para enviá-las. Armazéns maiores, caminhões maiores, maior emissão de carbono, mais árvores cortadas, mais lixo acumulado e assim por diante… E claro, tudo custa mais. Não estamos tentando dizer que a embalagem é a causa de todos os males, mas, estamos sugerindo que projetar e produzir uma caixa um pouco maior não é uma decisão pequena para os negócios.
Por conta da agenda ESG e de novos comportamentos do consumidor. Muitas indústrias finalmente começaram a se preocupar seriamente com o impacto ambiental das embalagens (veja o caso da novas embalagens de pasta de dente Colgate).
Hoje, designers, fabricantes, varejistas e consumidores são os atores que podem influenciar um papel determinante sobre consumo e o mundo das embalagens. Certamente os fabricantes de embalagens seguirão e começarão a fazer o que o mercado estiver disposto a comprar.
Num mundo ideal, os fabricantes de embalagens também deveriam investir mais no desenvolvimento de opções ecológicas, mas se opções não ecológicas continuam vendendo bem por que mudariam?
Nosso comportamento diário prova que marca e embalagem são importantes e não há nada de errado nisso. Mas há um olhar mais cuidadoso que traz a inconveniente verdade de que grande parte das embalagens ainda acaba no lixo, em aterros sanitários ou nos oceanos.
Se a roda da economia para o varejo deve seguir girando com as embalagens nos levando a saciar nossos desejos de consumo, o impacto e a função prática das embalagens deveriam seguir um caminho que não fizesse nenhum dano ao meio ambiente… Antes que seja tarde demais.
Aprofunde-se: dicas de leitura
Para quem quiser saber um pouco mais sobre o poder das embalagens e aquilo que afeta as nossas decisões de compras, separamos duas dicas de leituras indispensáveis. E se você for da área de varejo ou marketing vale muito a leitura.
“Why We Buy” – (Autor) Paco Underhill
Existe um método para nossa loucura quando se trata de compras? Segundo Paco Underhill, sim! Aclamado pelo San Francisco Chronicle como um “Sherlock Holmes para varejistas”, o autor e CEO da empresa de pesquisa Paco Underhill traz em seu livro “Why We Buy”, uma espirituosa abordagem sobre nossa cultura de consumo em constante evolução.
Baseado em dados concretos obtidos de milhares de horas de pesquisa de campo em shoppins, lojas de departamento e supermercados dos Estados Unidos, o autor explica os fenômenos de compras que muitas vezes passam despercebidos por varejistas e compradores. Tipos de sinalização e embalagens que transformam indecisos em compradores, como a disposição dos produtos pode transformar uma pequena compra em uma venda significativa, como as mulheres alteraram a forma como os supermercados são projetados. E muito mais. Why We Buy é um guia cheio de dicas criativas e perspicazes sobre como se adaptar ao cliente em constante mudança. À venda na Amazon.
Buyology: Truth and Lies About Why We Buy – (Autor) Martin Lindstron.
O que realmente influencia nossas decisões de compra num mundo desordenado de mensagens? Será que nossas decisões de compra estariam em camadas tão profundas dentro de nossas mentes que mal estamos cientes delas? Em “Buyology: Truth and Lies About Why We Buy”, o autor Martin Lindstron apresenta descobertas surpreendentes retiradas de seu recente estudo sobre neuromarketing. Um experimento de ponta que espiou dentro do cérebro de 2.000 voluntários de todo o mundo, enquanto estes se deparavam com vários anúncios, logotipos, marcas e produtos.
Irônico e sagaz em suas avaliações, Lindstron diz que propagandas horríveis sobre os perigos à saúde em pacotes de cigarros não só deixam de desencorajar o tabagismo, como realmente fazem os fumantes quererem acendê-los. Marcas “legais”, desencadeiam nossos instintos de acasalamento. Pessoas com roupas e poses sugestivas não só deixam de nos persuadir a comprar produtos, como muitas vezes nos afastam deles. Repleto de histórias divertidas sobre como respondemos aos estímulos de marcas, BUYOLOGY é uma jornada pelas tentativas implacáveis dos profissionais de marketing de conquistar nossa lealdade, nosso dinheiro e nossas mentes. À venda na Amazon.
Com informações e imagens de The Cool Hunter.
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