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E-commerce ou e-marketplace: o caminho do varejo é se tornar plataforma?

E-commerce ou e-marketplace: o caminho do varejo é se tornar plataforma?

Decisão estratégica central para o varejo passa pela adoção de modelos de negócio baseados em plataforma, destaca New Retail Summit 2022

O processo de transformação digital do varejo é irreversível. O New Retail Summit 2022, evento da Consumidor Moderno realizado em Montevidéu, teve como objetivo debater e ilustrar novas lentes de negócio para executivos e lideranças do varejo.

O evento, com workshop conduzido pela especialista em inovação, Graziela di Giorgi, revelou as diversas nuances para a elaboração de estratégias voltadas para fazer frente aos desafios da transformação digital.

O que é mais adequado: a partir da concepção de uma operação phygital, uma rede varejista deve compreender um e-commerce puro, ser parte de um marketplace ou ser protagonista do próprio marketplace?

Como pano de fundo, a premissa central: a digitalização é irreversível e é missão das empresas facilitarem o acesso a inclusão do maior número de consumidores às plataformas de relacionamento, interação e transação.

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Nesse sentido, é muito importante que as empresas desenvolvam a mentalidade “ambidestra”, que sejam capazes de desenvolverem profundamente o negócio principal e original (exploit) e, ao mesmo tempo, que consigam explorar novas oportunidades adjacentes para construir valor e novas fontes de receita (explore).

Criar essa mentalidade está no cerne da elaboração de negócios baseados em plataforma, que, por sua vez, tem seu crescimento atrelado à exponencialização. Os seis passos que levam à construção de negócios exponenciais são conhecidos, mas sempre vale a pena rever o passo a passo.

A exponecialização sempre tem início na digitalização de um produto ou serviço. Essa digitalização presume atividades inovadoras, ou criação de inovação, tendo como motor ou viabilizador tecnologias digitais escaláveis.

E justamente essa lacuna de tempo entre a digitalização e a verificação de resultados consistentes leva à fase de desencanto, parece que o novo negócio ou a inovação proposta não decola.

Mas com uma cultura orientada à inovação, com coragem e paciência, centrada no cliente, é possível atingir a terceira etapa, ou disrupção, na qual um negócio estabelecido sofre ruptura do modelo de negócio.

Como a disrupção ganha escala, as três etapas seguintes desmaterializam, desmonetizam e democratizam o acesso ao produto ou serviço ganhando escala e influência crescente em períodos de tempo cada vez mais curtos.

Com estes conceitos, os participantes do New Retail Summit foram desafiados a pensar em modelos de negócios baseados em plataforma, e que busquem referências em cenários análogos e que permitissem “servicificar” produtos. A ideia de produto ampliado, que seja o centro de um ecossistema de serviços que tragam relevância para o cliente.

Então, se o acesso é ponto chave, por que existem produtos cada vez mais caros?

Segundo José Ricardo Caniné, especialista em varejo e CEO da Mingle, empresa dedicada a aumentar o acesso a produtos e serviços de alto valor, baseados no modelo “Buy now, pay later”, e palestrante do New Retail Summit, é necessário moldar alternativas que tornem os produtos aspiracionais acessíveis à grande massa de clientes. Esse modelo de negócio teve como piloto o programa “IPhone para toda a vida”, que permite levar o produto para o cliente de forma parcelada em 21 vezes e com pagamento de adicional ao fim do período.

Leia mais: CAC ou NPS? Uma escolha decisiva

Toda plataforma deve sempre racionalizar o Custo de Aquisição do Cliente (CAC), aumentando e criando condições para o acesso dos clientes, reduzindo o turnover e aumentando a recorrência a partir do engajamento.

Pensar nos aspectos jurídico, na oferta de crédito, na complexidade tributária e no uso de tecnologia podem facilitar e ampliar tremendamente o acesso a produtos e serviços de alto valor. A Mingle, startup de Caniné, consegue oferecer crédito em 48 vezes e fazer o negócio rentável.

Claro, o novo mundo da tecnologia demanda também ampliação de crédito, particularmente a mercados emergentes.

A base para fomentar e trazer novos clientes é o uso minucioso e consistente do CRM e da geração de insights. A partir dessa apresentação, Grazi propôs o uso da ferramenta de pré-mortem, rigorosamente usada para repensar a inovação e prevenir desastres.

A primeira etapa dessa metodologia consiste na listagem de todos os desastres possíveis até que seja eleito um grande evento catastrófico potencial. Identificar esse desastre, ou seja uma possível causa que mate o novo produto ou plataforma prematuramente, permite refinar a própria inovação.

Diante do dilema entre ser um e-commerce puro ou integrar/protagonizar um marketplace, delinear cenários de pré-mortem, confere mais lastro à decisão, sem que o processo se constitua numa caça às bruxas, ou a uma forma de reação contra visões inovadoras.

A ideia de exponencializar negócios em mercados emergentes deve sempre levar em consideração todos os aspectos que tornem os negócios mais inclusivos e acessíveis.

Leia mais: Excluídos digitais: um quarto dos brasileiros sequer tem acesso à internet

Falamos de um Brasil no qual mais de 95 milhões de clientes acessam à internet com limitação de consumo de dados. Wi-Fi, sites velozes de pouco consumo de dados, uso dos aplicativos de mensagem que permitem tráfego de dados incluso na franquia e mecânicas de crédito são fatores essenciais para a tomada de decisão da estratégia phygital.

O New Retail Summit 2022 permitiu trocar muitas ideias e testar muitas ferramentas, hipóteses e informações para dar aos participantes mais elementos de apoio à decisões rápidas em mercados voláteis e incertos. Que venha o próximo!

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