O e-commerce brasileiro cresceu no primeiro semestre de 2020 em níveis não vistos nos últimos 20 anos. Segundo pesquisa da Ebit/Nielsen, feita em parceria com a Elo, o faturamento com as vendas online subiu 47% nos primeiros seis meses do ano, totalizando 38,8 bilhões de reais. Ao todo, foram feitos 90,8 milhões de pedidos entre janeiro e junho de 2020.
O e-commerce já vinha crescendo nos últimos anos e estava projetado para crescer 18% em 2020, mas as medidas adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus impulsionaram o setor, que ganhou milhões de novos consumidores.
O pico de crescimento aconteceu entre abril e junho, quando a maioria das cidades brasileiras restringia o comércio para conter aglomerações. Nesse intervalo, o número de pedidos cresceu 70% na comparação com 2019.
Novos consumidores
De acordo com a pesquisa, de 7,3 milhões de brasileiros fizeram sua primeira compra online durante o primeiro semestre de 2020, um crescimento de 40%. Com esses dados, o Brasil chega à marca de 41 milhões de usuários ativos no e-commerce. Do total, 58% compraram ao menos quatro vezes em 2020, enquanto 20% concluíram mais de dez pedidos no período.
Assim como o número de vendas, o valor gasto pelas pessoas em compras online também cresceu. No primeiro semestre de 2019, o tíquete médio era de R$ 404,00; já no primeiro semestre de 2020, a média passou para R$427,00.
A pesquisa mostra, ainda, que não são só os sites tradicionais, como Mercado Livre, Americanas e Magazine Luiza que estão em alta. Os aplicativos foram responsáveis por grande parte das vendas. De acordo com a Ebit/Nielsen, 72% dos 2.140 consumidores usaram mais aplicativos de delivery durante o primeiro semestre. Se destacam: farmácias e supermercados, responsáveis pela entrada de até 14% dos novos consumidores.
Pequeno varejo adere aos marketplaces
O crescimento do comércio eletrônico se deu, entre outros fatores, pelo aumento do número de lojistas que aderiram ao sistema online. Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), 150.000 novas lojas online foram criadas de março a julho no Brasil.
Dos novos vendedores, 80% optaram por realizar suas vendas dentro de grandes sites, como Submarino, Mercado Livre e Magazine Luiza, que atuam como “shoppings digitais” com seus marketplaces, levando um fluxo de consumidores até a loja virtual dos pequenos que usam sua plataforma.
Os marketplaces já representam 78% do total do e-commerce brasileiro, segundo a Ebit/Nielsen. No primeiro semestre, foram responsáveis por 30 bilhões de reais de faturamento do e-commerce, um crescimento de 56% em relação a 2019.
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