O Duolingo, plataforma global de aprendizagem de idiomas, anunciou uma mudança estratégica para tornar-se uma empresa AI-first, ou seja, com a Inteligência Artificial (IA) no centro das operações. A decisão foi comunicada aos funcionários por meio de um e-mail do CEO e fundador, Luis von Ahn, posteriormente compartilhado por ele no perfil do LinkedIn. Com isso, a empresa começa a substituir gradualmente tarefas executadas por terceiros por soluções baseadas em IA generativa.
Mais do que uma ferramenta para ganho de produtividade, a IA será usada para reformular processos, reduzir tarefas manuais e escalar a produção de conteúdo educacional. “Ser a IA em primeiro lugar significa que precisaremos repensar muito de como trabalhamos. Fazer pequenos ajustes em sistemas projetados para humanos não nos levará até lá”, escreveu von Ahn. “A IA nos ajuda a nos aproximar de nossa missão. Para ensinar bem, precisamos criar uma enorme quantidade de conteúdo, e fazer isso manualmente não é escalável.”
Entre os recursos já desenvolvidos com auxílio da IA está uma funcionalidade de videochamada com tutoria automatizada, que busca oferecer orientação próxima a de um instrutor humano. Segundo von Ahn, esse tipo de solução aproxima a empresa do objetivo, que é democratizar o ensino de idiomas com alta qualidade.
A aposta em IA já mostra resultados concretos. Hoje, o Duolingo anunciou a maior expansão de conteúdo da história do app com o lançamento de 148 novos cursos de idiomas, mais que dobrando a oferta atual. “O desenvolvimento dos nossos primeiros 100 cursos levou cerca de 12 anos e agora, em cerca de um ano, conseguimos criar e lançar quase 150 novos cursos. Este é um ótimo exemplo de como a IA generativa pode beneficiar diretamente nossos alunos”, disse Luis von Ahn no comunicado.
Para viabilizar a produção acelerada, o Duolingo adotou um sistema de “conteúdo compartilhado”, que permite criar uma base de curso de alta qualidade e adaptá-la rapidamente para diferentes idiomas. Combinado as ferramentas internas e modelos de IA, esse modelo reduziu drasticamente o tempo de desenvolvimento, sem comprometer, segundo eles, a qualidade do ensino.