No último mês de setembro, o Airbnb tornou pública a sua intenção de se tornar uma empresa de capital aberto em 2020, ou seja, começará a vender ações. A startup lidera o setor de compartilhamento de hospedagem no mundo há mais de 10 anos, mas nunca teve pressa em tornar público seu capital.
Segundo a Crunchbase, a notícia está sendo tomada como um dos principais eventos para o mundo das finanças e da tecnologia do próximo ano, principalmente pelo Airbnb sempre ter sido um tanto discreto em relação a seus números – mas é sabido que se trata de um unicórnio (startup bilionária) de mais de US$ 31 bilhões.
Como o Airbnb faz dinheiro
O Airbnb tem uma incrível reputação no mundo dos negócios por ter trazido uma solução inovadora para um segmento tradicional (de hospedagens), criando um método que conecta pessoas que querem alugar seus espaços por curtas temporadas a usuários que buscam acomodações mais econômicas e caseiras do que os tradicionais hotéis.
A plataforma monetiza através da cobrança de taxas de serviços sobre os espaços alugados, e esta taxa varia de acordo com diversos fatores, como serviços inclusos e localização.
Segundo estatísticas da Property Management, de outubro de 2019, o Airbnb tem mais de 150 milhões de usuários em todo o mundo, com mais de 650 mil anfitriões e 2 milhões de pessoas utilizando os seus serviços todas as noites.
Os números podem parecer imensos – e a abertura de capital implica o sucesso monetário da empresa – mas nem sempre foi assim: o break even (momento em que uma startup começa a lucrar) ocorreu apenas em 2016, 8 anos após o início de suas operações. De fato, é preciso muito investimento e ter paciência para um serviço se tornar relevante em termos globais.
Receita em 2019
De acordo com um relatório divulgado no portal The Information na semana passada, o Airbnb teve uma queda operacional de US$ 306 milhões no primeiro trimestre de 2019 – o que significa um prejuízo 146% maior em relação ao mesmo período em 2018:
2018:
Receita do primeiro trimestre de 2018: US$ 0,64 bilhão
Margem bruta implícita no primeiro trimestre de 2018: 68,75%
2019:
Receita do primeiro trimestre de 2019: US$ 0,84 bilhão
Margem bruta implícita no primeiro trimestre de 2019: 66,66%
Apesar da queda, o lucro muito próximo a US$ 1 bilhão ainda mantém o sucesso das operações, e deve seguir com o plano de abertura de capital sem alterações.
Outras curiosidades sobre o Airbnb
Os sites Digital Marketing Ramblings, Much Needed e Property Management oferecem alguns fatos interessantes sobre a empresa, com base em dados de outubro de 2019:
- Tóquio, Paris e Nova Iorque são as cidades mais populares em experiências de reserva no Airbnb;
- Desde 2017, houve um aumento de 120% no número de anfitriões seniores com mais de 60 anos;
- O ticket médio mundial de reservas por noite é de US$ 80, com média de 3 locais cadastrados por anfitrião;
- Representou um impacto de US$ 2,1 bilhões na economia do Brasil em 2018;
- Mulheres com mais de 60 anos têm as classificações mais altas como anfitriãs na plataforma;
- 88% das reservas são feitas para grupos de duas a quatro pessoas, e 60% delas ocorrem em casas ou apartamentos inteiros;
- A palavra “air” (ar, em inglês) no título do Airbnb, surgiu após Brian Chesky (um dos fundadores da empresa) e seus colegas de quarto terem colocado um colchão de ar no chão da sala para alugar;
- Mais de 120 mil hóspedes já alugaram noites em castelos através da empresa;
- As cidades cuja demanda mais cresceu em 2019 foram Gangneung, na Coréia do Sul, Bournemouth, no Reino Unido, e Edmonton, no Canadá;
- A cidade brasileira cuja procura mais cresceu foi a praia de Matinhos, no Paraná.
- O Brasil é o 13º maior mercado do Airbnb no mundo;
- No momento, quase 2 milhões de locais podem ser reservados instantaneamente;
- Mais de U$ 23,5 milhões foram gastos em propaganda somente nos EUA;
- São mais de 191 países registrados na plataforma;
- 54% dos hóspedes são do gênero feminino;
- O número projetado de usuários do Airbnb na Europa, até 2020, é de 24 milhões.
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