É inegável que o sucesso de empresas como o Google está relacionado a sua inovação, mas isso é apenas parte da jornada ascendente no mundo dos negócios. Parte do trunfo foi se deve a sua aposta no avanço do smartphone mundo afora no início dessa década. A aposta deu tão certo que o Google se tornou um “fissurado” por navegação mobile e até deu nome a interação entre pessoas e celulares: o micromomento.
De fato, essas empresas exibiram novas tecnologias e parâmetros de negócios. No entanto, a maior inovação foi observar o comportamento das pessoas e o desejo delas em serem especiais diante de um mundo cada vez mais homogêneo. No último painel do Simpósio de Bots e IA, Leonardo Leão, COO e founder da Loud Voices Services, fez reflexões sobre o passado e o presente das novas tecnologias e opinou sobre o que podemos esperar para o futuro.
“Facebook e o Google eram apenas sites com boas ideias. Inclusive, o negócio da rede social foi questionada quanto a sua longevidade no dia do seu IPO (abertura de venda de ações em bolsa). Tudo isso mudou com o smartphone. Hoje, essas companhias superaram a barreira dos US$ 500 bilhões e o motivo foi entender o comportamento das pessoas”, explicou Leão, que realizou a palestra solo.
Migração
É claro que nem todos os negócios poderiam migrar de um canal para outro em pouco tempo. Felizmente, muitos negócios, mesmos os mais tradicionais, assumiram esse papel de incluir o usuário no centro da navegação. E isso também vale para o consumidor.
Para tanto, segundo Leão, empresas tiveram que adotar modelos de organização mais flexíveis e fluídos – ao contrário da organização top down baseado em presidente, conselhos e diretorias. Uma dessas ideias é o chamado Design Sprint, uma ideia que consiste em formações de times que pensam, “prototipem” e criem ideias em pouco tempo. Se der errado, muda-se o plano. Se deu tudo certo, aprimora-se a partir da visão do usuário.
“Tem um lado humano dessa conversa sobre tecnologia. Nada disso se desenha por isso. Há um design feito por um ser humano, que foi pensando e testado. Há um desenho da experiência e isso é fundamental para as empresas de hoje. Precisamos ter essa velocidade”, disse Leão. Ainda segundo ele, robôs não farão trabalhos e seres humanos desaparecerem. Na verdade, ele tem uma visão mais otimista: robôs serão usados em atividades repetitivas, enquanto que humanos seres destacados para atividade que dependem exclusivamente do seu intelecto. “Por isso, o atendimento humano será focado em experiência, recomendação e análises”, completa.
A tecnologia já está tentando copiar o ser humano em algumas tarefas. O fato é que precisamos ser robôs ou devemos ser eficientes naquilo que fazemos de melhor: sermos humanos.