Na luta contra balança uma das armas mais utilizadas é, sem dúvidas, a fatídica dieta. A dieta das proteínas se tornou uma das mais famosas. Porém, seria essa a solução mais eficaz e segura para a perda de peso efetiva?
De acordo com a nutricionista Sinara Menezes da Nature Center, embora a mudança no espelho seja perceptível e relatada por milhares de adeptos da dieta logo nas primeiras semanas, é preciso entender o que está por trás dessa perda rápida de peso: com a privação severa dos carboidratos, característica do início da dieta, o organismo não tem sua principal fonte de energia rápida e passa a recorrer as reservas energéticas. Contudo, nesse momento, o corpo não irá quebrar somente a gordura, mas também o glicogênio – outra forma do organismo estocar substratos.
“O grande problema é o cada grama do glicogênio concentra cerca de 3 gramas de água, ou seja, quando utilizado, o organismo também entra num processo de perda de líquidos. Logo, por mais que a exista uma perda de peso maior na fase conhecida como “ataque”, isso não significa que todos os quilos eliminados sejam resultado da perda efetiva de gordura: a mudança na balança também é resultado da perda muscular e dos líquidos presentes nos tecidos – o que não é saudável para o organismo a longo prazo”, explica a nutricionista.
Emagrecer à qualquer custo?
Um argumento muito utilizado pelos defensores da dieta das proteínas é que além de promover a perda de peso rápida, o método é mais “democrático” pois permite que seus adeptos comam a vontade os itens liberados em cada fase: logo de cara pode-se consumir em abundância carnes magras, determinados legumes, laticínios (desde que sejam lights) e até mesmo embutidos. Ainda que pareça uma forma de emagrecer “sem passar fome”, a medida não colabora para um fator extremamente importante do emagrecimento definitivo – o autocontrole.
“A reeducação alimentar é um dos pilares da perda de peso saudável. Substancialmente, isso inclui o controle dos horários das refeições para que o organismo se acostume à nova rotina. Além disso, é importante lembrar que as proteínas de origem animal, até mesmo as magras, contém uma parcela de gordura – que igualmente vão levar ao ganho de peso se consumidas em excesso.” – pontua a nutricionista.
Ademais, é importante lembrar que a ausência de carboidratos leva à consequente queda na oferta de fibras – tão importantes para o trânsito intestinal e controle do apetite. Dessa forma, o intestino pode ficar preguiçoso e o indivíduo apresentar certa irritabilidade, não somente em consequência da constipação “Os efeitos adversos da dieta também estão ligados à fatores psicológicos: como a glicose é a fonte primária de energia para o cérebro, essa privação causa mau humor, fraqueza e até mesmo náuseas.” – explica Sinara.
Para quem deseja emagrecer de forma eficaz e sustentável, ou seja, mantendo a boa forma à longo prazo, Sinara diz que a reeducação alimentar é a melhor saída. “Apostar nas proteínas para perder peso é uma opção válida, porém, sem extremos”, afirma.
Neste âmbito, a especialista aponta que é possível incorporar ao dia a dia alguns “mandamentos”:
Beba muito líquido: Além de essencial para manter o bom funcionamento do intestino, manter-se bem hidratado beneficia o emagrecimento: ingerir muita água e outras bebidas detox, por exemplo, combate o inchaço e auxilia na eliminação de impurezas do organismo;
Inclua farelo de aveia no cardápio: O farelo de aveia é um item obrigatório da famosa dieta que pode ser incorporado no dia a dia afim de beneficiar o emagrecimento. Além de rico em vitaminas e sais minerais, o grão é uma ótima fonte de fibras betaglucanas – um tipo de fibra solúvel que promove a sensação de saciedade e auxilia no controle do apetite.
Aposte nos alimentos funcionais: Os termogênicos, aliás, tem espaço garantido nessa dieta e podem fazer parte do cardápio balanceado de quem quer secar alguns quilinhos “Alimentos como a pimenta, o gengibre, o chá verde e a canela estimulam a termogênese, processo pelo qual o corpo gasta mais calorias para manter a temperatura do organismo estável.”
Evite o sódio e o açúcar: Reduzir o consumo de produtos industrializados e controlar o uso de sódio e da sacarose na alimentação diária é fundamental para o emagrecimento: o sódio aumenta a retenção de líquidos, o inchaço e ainda é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças. Da mesma forma, quando consumido em excesso, o açúcar pode contribuir para sobrepeso e o surgimento de doenças crônicas como a diabetes;
Proteínas + exercício físico: As proteínas são importantíssimas para a construção dos tecidos, em especial os músculos. Para quem deseja emagrecer, investir no fortalecimento da musculatura é uma boa forma de aumentar o gasto de calorias mesmo em repouso, pois quanto mais massa magra você tiver, maior será a taxa metabólica basal. Porém, para que isso seja possível, é fundamental investir numa rotina de exercícios de resistência.
“É preciso ter paciência: o processo de emagrecimento duradouro passa obrigatoriamente pela mudança do estilo de vida e da adoção de novos hábitos alimentares. Ainda que envolva mais tempo, dependa da persistência e da força de vontade do indivíduo, é muito mais eficaz e seguro do que seguir dietas da moda”, finaliza a nutricionista.