Tudo começou com a publicação de uma entrevista da revista italiana Panorama, neste final de semana, em que Domenico Dolce e Stefano Gabbana, fundadores da casa de luxo Dolce & Gabbana, afirmaram que ?a única família é a tradicional? e se posicionaram contrários à fertilização in vitro. Por mais bizarro que seja, uma vez que se trata de dois homens assumidamente gays, não é nada que eles não defendam há anos e que já não tenha sido publicado.
A diferença, porém, é que os tempos são outros. A declaração da dupla, contrária ao casamento gay, à adoção de crianças por casais homossexuais e ao uso de técnicas de inseminação artificial, gerou uma forte reação nas redes sociais. Celebridades como Elton John, Victoria Beckham, Ricky Martin e Courtney Love engrossaram o coro do repúdio às declarações e iniciaram um boicote à Dolce & Gabbana, que fatura cerca de US$ 1 bilhão por ano.
A má publicidade advinda do incidente vem em má hora para os estilistas, que no ano passado foram condenados a 18 meses de prisão (em suspensão condicional no momento) por evasão fiscal de centenas de milhões de euros na Itália e cuja empresa está em um processo de forte expansão no mercado americano.
O fato é que questões ligadas à homossexualidade tendem a gerar respostas intensas, não importa qual lado esteja sendo defendido. Em 2012, por exemplo, a rede americana de lojas de departamentos Target contratou a apresentadora de TV Ellen DeGeneres, assumidamente homossexual, como porta-voz e apresentou um casal gay em um de seus anúncios. Foi o suficiente para provocar a ira de consumidores mais tradicionais.
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