A economia de usados está crescendo dia após dia no Brasil, um resultado não apenas da força das pautas de sustentabilidade — que ganha adesão em iniciativas corporativas —, mas também da situação econômica do País. O interessante de tudo isso é que, ainda que esse seja o costume, engana-se quem pensa que o mercado de segunda mão está fadado aos brechós e plataformas como a OLX ou Mercado Livre.
Com essa nova oportunidade de negócio, as marcas têm investido em ações próprias para a revenda de itens usados por valores mais amigáveis, além de transformar essa iniciativa em uma ação mais sustentável, algo que envolve a economia circular. Uma delas é a Decathlon, que se consagrou como pioneira entre as demais lojas do setor esportivo para compra e venda de produtos de segunda mão.
O projeto que faz uso dessa proposta recebeu o nome de Decathlon Circula. “O lançamento, além de ampliar o nosso catálogo de produtos esportivos em um mercado em constante crescimento, reforça nosso posicionamento de marca engajada com o planeta. O lançamento de serviços sustentáveis é um dos pilares do nosso projeto de sustentabilidade, junto com o nosso compromisso de ter 100% de produtos ecodesign até 2026″, reforça Cédric Burel, CEO da Decathlon Brasil.
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Um mercado de segunda mão dentro
de uma loja de produtos novos?
Parece besteira pensar em uma economia de segunda mão para varejos que nunca entraram nesse mercado, mas esse movimento logo se tornará urgente. De acordo com um levantamento do Sebrae, feito em 2021, o número de estabelecimentos especializados em produtos usados aumentou em 48,58%.
Mas à primeira vista, o projeto parece estranho às marcas que vendem produtos de primeira mão. Afinal, como funciona a revenda de itens usados? Quais são os parâmetros usados para destacar os bons produtos que ainda estão propícios para uso? Como eles serão precificados?
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A iniciativa contará com todo um processo tecnológico, que terá apoio dos próprios consumidores da Decathlon, e também se enquadra nas metas sustentáveis da empresa. “Estamos muito empolgados com este novo serviço, que incentiva os esportistas a aumentar a vida útil dos produtos fomentando novos hábitos de consumo consciente. O projeto se inscreve dentro de um compromisso ambiental para sermos cada vez mais reconhecidos como marca esportiva e engajada”, comenta Sarah Bouvil, diretora de Comunicação e Marketing da Decathlon Brasil.
Logo no início, o projeto será feito em parceria com o Semexe, uma startup que já faz a comercialização de itens usados voltados à ciclismo. “É um grande orgulho formarmos essa parceria com uma das marcas mais icônicas do esporte e um privilégio ver a preocupação genuína de toda liderança com o meio ambiente. Estamos comprometidos em gerar uma experiência simples e de qualidade para quem quer comprar ou vender o seu item usado”, comenta Gabriel Novais, CEO da Semexe.
Como funciona?
A iniciativa Decathlon Circula tem como objetivo priorizar a revenda de itens em bom estado para reuso. Para tanto, a empresa disponibilizará uma equipe específica para averiguação e precificação desses produtos.
Na prática, funciona da seguinte forma: o primeiro passo é escolher itens para revenda, que podem inclusive ser de outras marcas — produtos que não foram comprados na Decathlon. Feito isso, o então vendedor deve levar esses itens a um dos pontos de coleta, que se iniciam na loja do Morumbi, em São Paulo (SP), e realizar o cadastro deles no portal.
Em seguida, os produtos são separados, identificados e lacrados para envio à equipe de curadoria da Semexe, que realizará a avaliação dos itens, fará as fotos deles, precificação e publicação do anúncio. A equipe também embala e despacha para o comprador.
Após a publicação do anúncio, o vendedor dos itens poderá diminuir o preço anunciado em até 50% ou aumentá-lo em até 25%, e assim que a venda é efetuada, ele recebe o valor do item, subtraído a comissão destinada à Decathlon, podendo transferi-lo para conta bancária cadastrada ou utilizar como crédito para compras na loja.
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