Levar uma cultura de inovação ao ambiente organizacional é proporcionar um local onde todos os envolvidos são incentivados a buscar continuamente novas ideias, soluções e melhorias, por meio da colaboração entre diversas áreas e da maior aceitação dos riscos. Há a valorização da criatividade, da experimentação e do pensamento fora da caixa.
Construir essa cultura passa por elementos como processos ágeis que permitam a implementação de novas ideias, lideranças que tenham um olhar claro para o futuro, equipes diversas, apoio ao aprendizado contínuo e, perpassando tudo isso, o uso de tecnologias emergentes que potencializem as transformações constantes. É aqui que entra a Inteligência Artificial (IA).
Hoje, a Inteligência Artificial desempenha um papel de sustentação na cultura de inovação nas empresas. Quando bem implementada e pensada estrategicamente, pode proporcionar vantagens competitivas e impulsionar um crescimento sustentável. Segundo o professor da PUC Campinas e coordenador do AloT Lab Brasil, César Quiroz, seus impactos vão desde na produtividade à construção de um ambiente de trabalho mais positivo.
Produtividade e cultura de inovação: os impactos da IA
Uma cultura de inovação não é construída da noite para o dia: ela requer um esforço consistente de toda a organização para se tornar parte integrante do seu DNA. Por isso, antes mesmo de pensar na implementação da IA voltada também a esse propósito, é necessário preparar o terreno com uma abordagem positiva.
“Cultura de trabalho positiva é onde as pessoas que fazem parte do ecossistema de trabalho se sentem valorizadas, respeitadas e motivadas. Tendo isso em vista e implementado, é uma cultura que irá incentivar algo mais colaborativo e inclusivo”, comenta.
A partir disso, tecnologia e aspecto humano andam lado a lado e a produtividade vem como consequência. “Ela está relacionada diretamente com a cultura aplicada na empresa. No fim, se ela for diferenciada e alcançar patamares inovadores e com o pensamento voltado às pessoas, criará engajamento, bem-estar, colaboração e menor rotatividade”, completa.
Dentro desse contexto, a IA especificamente pode gerar um impacto positivo explorando métricas e visualizando dados que possam ser definidos em KPIs (indicadores-chave de desempenho). O professor explica que, através dessas informações, é possível derivar insights valiosos para as instituições que visam melhorias contínuas, um dos pilares da inovação.
Integração da IA com pessoas para um ambiente de trabalho positivo
Além da produtividade em si, a IA ainda é essencial para automação de tarefas repetitivas, liberando o tempo dos colaboradores para atividades mais criativas e estratégicas; para a otimização de processos internos, melhorando a eficiência de maneira geral; para facilitar a comunicação entre equipes, mesmo em ambientes de trabalho remoto ou híbrido; e até para personalizar programas de treinamento e fornecer plataformas de colaboração.
“Hoje, por exemplo, existem ferramentas de IA que estão atuando para melhorar a integração das pessoas com a tecnologia, como a Slack (plataforma de comunicação de equipe baseada em nuvem que conecta os usuários às informações que precisam), e a Workday (plataforma de gerenciamento de capital humano)”, sugere Quiroz.
Ele ainda lembra que é importante considerar que todo o esforço para resultados com a IA parte de uma boa base de dados, que obviamente não é desenvolvida em um piscar de olhos. Por isso, esse processo também merece atenção e deve dispor de dados completos, precisos e que contem com uma boa governança.
“Cada empresa ou instituição conta com um cenário diferente, e isso resulta em uma base de dados grande e diferente também. Então, tudo precisa ocorrer dentro de uma base de IA que não tenha muitos dados com viés. Se for assim, é possível alcançar melhorias em treinamentos, nos feedbacks contínuos e com certeza na solução de conflitos, atuando principalmente na comunicação”, diz.
Como enfrentar os desafios da IA por uma cultura de inovação
Não só a efetiva integração entre pessoas e tecnologia e a construção de uma base de dados sólida fazem diferença para que a IA funcione como um motor para a cultura de inovação nas empresas. É preciso também superar desafios inerentes à Inteligência Artificial. O professor lembra os mais básicos deles: questões de viés dos dados e privacidade da informação.
Para superá-los, as organizações devem adotar medidas rigorosas de segurança cibernética e de conformidade com regulamentações de privacidade, como a Lei Geral de Proteção de Dados, além de reafirmar princípios éticos claros, que garantam a transparência das decisões e operações automatizadas pela IA.
“Usar os recursos de IA de maneira ética e transparente será crucial para garantir que ela promova uma cultura de trabalho positiva e produtiva. Tudo isso dependerá de dados e o processo não necessariamente é linear ou replicável. Principalmente quando a empresa não tem uma cultura definida ou pessoas engajadas e trabalhando para o mesmo propósito”, alerta Quiroz.
Pessoas e tecnologia
Falando no papel central das pessoas, os colaboradores ainda podem exercer certa resistência à implementação das novas tecnologias, mesmo em empresas com a cultura da inovação forte, por diversos motivos – desde insegurança por falta de conhecimentos técnicos especializados, relutância de abandonar métodos tradicionais e até medo da substituição da força de trabalho humana.
São soluções para mitigar situações como essa o investimento em treinamentos e desenvolvimento de habilidades em IA e a comunicação clara sobre os benefícios da inteligência artificial para os processos de trabalho como um todo.
“Acredito que são dois elementos abrangidos aqui: pessoas e tecnologia. Ambos têm que caminhar juntos. É preciso criar estímulos e treinamentos para que as pessoas possam compreender o impacto da IA e ao mesmo tempo aprender com ela. Dessa forma, não se sentirão excluídas”, aconselha.
Além disso, vale lembrar que criar uma cultura que valorize e incentive a inovação já é um desafio por si só. Assim, a IA deve ser vista como uma ferramenta que suporta essa cultura e é uma aliada na promoção de uma mentalidade de experimentação e aprendizado contínuo, reconhecendo e recompensando iniciativas humanas inovadoras.
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