No ano passado, o estado de São Paulo enfrentou a pior estiagem desde 1953: choveu 56%do esperado para todo o ano. A população se viu refém de cortes no fornecimento e diminuição da pressão. O governador do estado, Geral Alckmin, não confirmou crise, muito menos racionamento.
Neste ano, São Pedro ajudou os paulistanos com as chuvas de verão e os níveis dos reservatórios subiram um pouco ? mas não o suficiente para saírem do volume morto. O problema é que, com as boas notícias sobre chuva e elevação dos níveis de água, parte da população se acomodou e esqueceu que a partir de abril, começa o período de seca. Não havia um registro de chuva desde o dia 25 julho até a última quinta-feira, 20, quando a região da Paulista registrou garoa pela manhã.
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Além disso, pela primeira vez o governo paulista reconheceu, oficialmente, o problema. Em portaria publicada na terça-feira, 18, no Diário Oficial, o Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado (Daee) declarou “estado de criticidade hídrica” na bacia hidrográfica do Alto Tietê, onde ficam cinco dos seis sistemas que abastecem a Grande São Paulo.
No mundo ideal, reconhecer oficialmente o problema era a primeira coisa a ser feita, antes mesmo de recorrer à penalização dos consumidores. Na prática, o governo inverteu a ordem do processo.
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O fato é que, independentemente do reconhecimento do estado de crise feito pelo governo apenas agora, a população já sabia e sentia na pele o problema. Agora, todos precisam ter em mente e colocar em prática a economiza tanto de água quanto de energia ? coisas que estão completamente conectadas no Brasil.
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A mudança deve ser permanente: desde escovar os dentes com a torneira fechada e desligar o chuveiro para se ensaboar até aprender a reaproveitar a água da máquina de lavar roupa e das chuvas ? quando elas acontecem.
Com informações do portal Exame.