No primeiro mês de 2015, o Índice de Custo de Vida por Classe Social (CVCS) ficou em 1,21% – em dezembro, a variação foi de 0,74%. Foi a maior alta mensal de preços desde dezembro de 2010, quando a pesquisa passou a ser realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Ao considerar os últimos 12 meses, o índice acumulou alta de 6,73%.
A pesquisa mostra que o segmento de transportes pressionou o aumento do custo de vida, com alta de 1,65%, o que representou 29,33% da variação total. O aumento se deve às passagens de ônibus, trens e metrô de São Paulo que estão mais caras – a tarifa passou de R$ 3 para R$ 3,50.
Ainda entre os grupos que tiveram altas significativas estão: alimentação e bebidas (1,26%) – que pelo 5º mês consecutivo exerceu influência relevante no crescimento do custo de vida, em razão do acirramento da crise hídrica na capital – e habitação, que também alcançou a maior alta para o mês: 3,49% contra 0,55% no ano passado, puxada pelo item energia elétrica, que sofreu reajuste nas tarifas e, um acréscimo de R$ 3 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos em janeiro devido ao aumento da bandeira tarifária.
Dos nove grupos que compõem o índice, vestuário e artigos do lar encerraram o mês com variação negativa: 1,83% e 1,21%, respectivamente. Os demais grupos fecharam o mês positivamente e contribuíram para aceleração dos preços.
Com relação às faixas de renda, as classes que mais sentiram o aumento do custo de vida foram a D (1,71%) e a E (1,75%), em virtude da elevação nos últimos 12 meses dos grupos habitação (7,3%) e alimentação e bebidas (7,26%), que representam 50% do orçamento das famílias. Já as classes A, B e C foram as menos prejudicadas.
IPV e IPS
A pesquisa da FecomercioSP analisa separadamente a alta de preços de produtos por meio do Índice de Preços do Varejo (IPV) e de serviços por meio do Índice de Preços de Serviços (IPS). Os preços dos produtos subiram 0,48%, puxados pelo grupo alimentação e bebidas, com elevação de 1,43%. O destaque ficou por conta dos produtos in natura: batata-inglesa (40,01%), feijão-carioca (18,49%), tomate (16,12%), sardinha (12,35%) e repolho (10,94%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a escassez de água implica aumento do custo de irrigação dos plantios e prejudica a quantidade dos produtos à venda. A alta desses alimentos também é reflexo da inflação dos preços de combustíveis que deixa o frete mais caro.
Já o índice que avalia os preços dos serviços subiu 1,98%, com destaque para habitação (4,24%), transportes (2,86%) e alimentação e bebidas (1,01%). Conforme projetado pela assessoria econômica da entidade, os três grupos sofreram as principais pressões no início do ano. Para os próximos meses, ainda deve haver significativa influência altista devido ao reajuste de energia para o grupo habitação, além de educação, que costuma ser computada em fevereiro.
É importante lembrar que outro custo que deve pressionar de forma decisiva o setor produtivo e encarecer o preço final dos produtos é a água, visto que, muito embora não haja um racionamento oficial, muitas regiões de São Paulo já enfrentam interrupção no abastecimento.
Fonte: Assessoria de Imprensa.
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