O ano de 2022 foi marcado por um aumento expressivo de crimes cibernéticos na América Latina. O volume de transações na região registrou um crescimento de 93% em comparação com o ano anterior, refletindo o contínuo avanço do comércio digital na região. Além disso, houve um alarmante aumento de 102% nos ataques iniciados por humanos, representando uma ameaça significativa para indivíduos e empresas.
Apesar disso, houve uma queda de 9% no volume de bots focados em realizar ataques cibernéticos no ano passado. Ainda assim, esse é um desafio significativo a ser enfrentado pelo setor de varejo online na América Latina, pois os ataques automatizados realizados por bots contra empresas desse setor aumentaram em 26% ao longo do ano, expondo as vulnerabilidades presentes nos pontos de contato de pagamentos e a necessidade de proteção contra essas ameaças. As informações de cartões obtidas na dark web têm sido utilizadas por esses bots para explorar as falhas de segurança e cometer fraudes, como mostra o relatório de crimes cibernéticos de 2022 da LexisNexis Risk Solutions.
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Barreiras digitais reduzidas ampliam riscos e desafios
A América Latina testemunha um aumento no número de empresas e serviços digitais, o que tem contribuído para a diminuição das barreiras de acesso aos serviços financeiros na região. O setor de serviços financeiros na América Latina registrou um aumento anual de 112% nas transações, refletindo o crescimento do mercado digital na região. No entanto, essa expansão também tem aberto espaço para fraudadores sofisticados e redes criminosas explorarem os pontos de entrada mais acessíveis aos consumidores, visando cometer crimes financeiros e lavagem de dinheiro.
Um exemplo claro dessa tendência pode ser observada no Brasil, onde a popularidade do PIX e de outras carteiras digitais tem coincidido com um aumento significativo nos casos de fraude envolvendo QR Code. Além disso, o Brasil apresentou a décima maior taxa de propriedade/uso de criptomoedas no mundo em 2022, segundo dados do Statista, indicando uma tendência crescente de utilização de exchanges para atividades ilegais.
Golpes de engenharia social e desafios regionais
Golpes de engenharia social, tais como vishing, smishing e phishing, representam os maiores desafios do cibercrime na América Latina. O volume de ataques iniciados por humanos na região aumentou em impressionantes 102% em comparação ao ano anterior, ressaltando a prevalência e os impactos problemáticos desses golpes. Esses ataques têm como alvo a manipulação psicológica dos usuários para obter informações confidenciais ou induzi-los a realizar ações indesejadas. No entanto, o relatório também mostrou um declínio perceptível de 27% na taxa geral desses ataques, indicando uma possível mudança de foco dos criminosos.
Taxas de ataque acima da média global
Embora os crimes cibernéticos tenham se tornado uma preocupação global, a América Latina tem enfrentado taxas de ataque acima da média global. O relatório revela que a taxa global de ataque digital aumentou 20% em 2022 em comparação com o ano anterior, à medida que as economias reabrem após a pandemia. Essa tendência de aumento da fraude digital ressalta a importância de investimentos em segurança cibernética e conscientização dos usuários na região.
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