A área de Pesquisa & Desenvolvimento, mais conhecida como P&D, é a responsável por levantar informações sobre os clientes, o mercado e novas tecnologias a fim de indicar quais produtos e serviços estão em consonância com as necessidades do público.
É por meio desses dados que se inicia e se mantém atualizado o processo de conhecimento do consumidor, que se torna cada dia mais importante como diferencial competitivo. A empresa que entende melhor quem é e o que quer o seu cliente é a que se sobressai.
No Brasil, entre 2010 e 2015, foram registrados 53 projetos de Pesquisa & Desenvolvimento, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Quem investe nesse ramo, além de se aproximar do seu público também pode se beneficiar de certos incentivos fiscais, como dedução imediata dos gastos correntes com P&D, crédito fiscal ou dedução de lucros tributáveis.
Sendo assim, por que não apostar?
A presença da Pesquisa & Desenvolvimento no Brasil
A partir de pesquisas sobre comportamento e tendências, ter insights e desenvolver soluções que verdadeiramente atendam os clientes ficou mais fácil.
Elaboração de itens novos, reformulação de categorias da marca, adições às linhas de produtos, melhorias e reposicionamentos são apenas algumas das vantagens de se trabalhar com Pesquisa & Desenvolvimento.
Existem quatro tipos de P&D, de acordo com a Associação Nacional de Pós-Graduandos em Economia (ANPEC). São eles: de produto, de processo, organizacional e de marketing. Entre as principais funções da Pesquisa & Desenvolvimento estão:
- Detectar o mercado: pesquisa e entende as ações do mercado a fim de buscar novas tecnologias, testá-las e implementá-las internamente;
- Servir ao mercado: ao identificar as necessidades do mercado, a P&D pode desenvolver produtos, criar novas soluções, ou aprimorar já existentes, com o intuito de atender demandas;
- Moldar o mercado: detecta não a necessidade, mas os problemas que precisam ser resolvidos, e a partir de ideias criativas e inovadoras, apresenta a solução;
- Manter o mercado: como uma manutenção contínua, busca alternativas de redução de custos e resolução de problemas que afetam a boa experiência do usuário e a imagem da empresa no mercado.
Algumas empresas já são conhecidas nessa frente por adotarem essas medidas e terem esse departamento bem definido dentro da organização, como a Petrobras, a CTG Brasil, a PepsiCo e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Além disso, iniciativas pioneiras também têm espaço. Esse é o caso da startup Quiron, que irá aproveitar os R$750 mil de aporte de Investimento Anjo para investir em P&D.
“Será possível estruturarmos melhor a nossa equipe e o setor de produção e pesquisa. Precisaremos de profissionais com conhecimentos na área florestal, de programação e geoprocessamento. Aperfeiçoaremos os produtos que já temos e desenvolveremos outras automações que precisam ser feitas”, ressalta o CEO da empresa, Gil Pletsch.
A companhia é hoje uma das únicas no país e poucas no mundo com atuação voltada, exclusivamente, para algoritmos no setor florestal com sensoriamento via satélite. A indústria 4.0, inclusive, já é uma realidade para estes profissionais que trabalham em um segmento com grande demanda por inovações.
A tecnologia desenvolvida pela Quiron, via monitoramento remoto, permite mitigar perdas com ameaças florestais, como pragas, doenças e incêndios. Através de parcerias com players do mundo todo, a empresa é capaz de obter dados de satélites e nano satélites e incluir todas essas variáveis dentro dos seus modelos. Dessa forma, empresas florestais, de celulose e outros segmentos têm maiores subsídios na tomada de decisão.
A relevância do investimento
Depositar confiança e separar parte do orçamento para a P&D tem sido cada vez mais frequente nas empresas que visam acompanhar as preferências do consumidor e antever a concorrência. Entretanto, para isso se concretizar, é essencial ter um elemento em mente: o desenvolvimento de tecnologia.
“Investir em P&D é importante para geração de tecnologia própria não dependente de flutuações de mercado ou de acordos comerciais. Este é o primeiro passo para inovação, que é quando uma nova tecnologia realmente ganha mercado e se investe em pesquisa”, explica o professor doutor de engenharia da Unesp, Samuel da Silva.
Os projetos de P&D nos quais o professor já participou envolviam níveis mais básicos de prontidão tecnológica e em escala de laboratório. Ele avalia o cenário atual e reforça a necessidade de aplicar verbas. “O grande problema do Brasil é que grande parte da nossa indústria ainda acha mais barato comprar tecnologia do que desenvolver a sua própria”, afirma.
Além disso, enxergar o ponto de vista dos pesquisadores é uma boa saída para destravar o sistema. “A principal mola propulsora são as pessoas. Apenas com boa formação técnica e universitária de jovens é possível criar novas tecnologias disruptivas. Portanto, é necessário um investimento coordenado e centrado nos profissionais que vão criar isto”, pontua Samuel da Silva, cujo pós-doutorado foi feito na École Nationale Supérieure d’Arts et Métiers (ENSAM), em Paris.
Aliando teoria e prática para melhores resultados
A Pesquisa & Desenvolvimento une o que há de melhor nos universos da teoria e prática do mercado: o que os consumidores desejam e um produto ou serviço que supra essa demanda adequadamente.
Tentativa e erro não tem vez neste ramo, que cada vez mais ganha espaço, pois economiza tempo e dinheiro, tanto das organizações, quanto dos clientes.
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