O Natal está aí, mas a intenção de consumo dos brasileiros segue em queda livre. Segundo a CNC (Confederação Nacional do Comércio), a queda em dezembro foi de 36%, em comparação ao mesmo período do ano passado. Frente a novembro, contudo, houve estabilidade – a primeira em dez meses.
?É um efeito sazonal, pelo fato de dezembro ser um mês caracterizado pela geração de vagas temporárias e por maiores gastos dos consumidores por conta do Natal ? ainda que neste ano o cenário não confirme o otimismo característico de outros anos?, disse, em nota, Juliana Serapio, assessora Econômica da CNC, sobre a estabilidade mensal.
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O índice de dezembro mostrou diferenças na intenção de consumo das famílias com maior renda e entre aquelas que recebem abaixo de dez salários mínimos. Enquanto o nível de confiança das famílias mais ricas apresentou alta de 1,9% na comparação mensal, entre aquelas com rendimento inferior o índice registrou queda de 0,3%.
No mês, a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) ficou em 76,5 pontos. O componente que mede a satisfação com o emprego atual é o único que permanece acima da zona de indiferença, de 100 pontos. Mesmo assim, o índice, que ficou em 103,6 pontos, registra quedas de 0,9% em relação ao mês anterior e 20,6% na comparação anual. Apenas 30,2% das famílias se sentem mais seguras em relação ao emprego atual.
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No entanto, as famílias mostraram leve melhora nas perspectivas em relação ao mercado de trabalho na comparação mensal, com alta de 2,4%. Para a CNC, apesar de a geração de vagas temporárias estar bastante aquém dos últimos anos, dezembro ainda é um mês que gera otimismo em termos de colocação em postos de trabalho, em razão das festas de final de ano.
Para 2015, a CNC prevê queda de 4% nas vendas do varejo restrito. Já no varejo ampliado, que inclui os setores de automóveis e materiais de construção, a previsão é de queda de 7,1%.