Divulgado ontem, o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) da Fundação Getulio Vargas apresentou variação negativa de -3,1% em relação a abril do ano passado. Resultado geral sinaliza desaceleração do ritmo de atividade econômica do setor entre o 1° e o 2° trimestres do ano. De acordo com o economista Aloisio Campelo, a piora atinge principalmente o comércio de automóveis, mas também perpassa pelos setores mais tradicionais do varejo restrito.
?O comércio teve o melhor momento no ano passado no 2° e 3° trimestres, quando o setor vinha em fase de aceleração, embora ainda a taxas inferiores que vigoraram entre 2005 a 2010, quando, por exemplo, olhando pelo volume de vendas da pesquisa mensal do comércio do IBGE, o setor crescia 8% ao ano?, comenta Campelo, que é superintendente adjunto de ciclos econômicos da FGV.
De acordo com o economista, o resultado do ano passado ? inferior a 5% ? deverá se repetir esse ano. ?Na virada do ano, o setor chegou até a esboçar uma reação, mas agora mesmo setores tradicionais como supermercados e hipermercados, que vinham com vendas melhores, deram uma piorada?, diz.
É unânime entre os economistas que a inflação no preço dos alimentos também está influenciando o baixo volume de vendas, além dos juros altos que dificulta o crédito. A piora é generalizada. No caso de duráveis, entre móveis e eletrodomésticos há resquícios de melhora, mas em itens de informática e nos automóveis a situação está feia. E a tendência é pessimista também para os próximos meses. A sondagem sinaliza um trimestre não muito diferente do que o primeiro.
Em relação ao mesmo período de 2013, fevereiro registrou -1,2% e março, 2,1%. O índice em Veículos, Moto e Peças recuou por nada menos que o sexto mês consecutivo, ao passar de -9,9% para -12,9%, respectivamente. Nos segmentos tradicionais do Varejo, a evolução da confiança entre março e abril pode ser considerada favorável: as taxas de variação do ICOM do Varejo Restrito passaram de -0,9% para -0,6%. NOVAREJO Ampliado, que agrega os três segmentos anteriores, as taxas foram de -2,7% para -2,8%.
Confira os gráficos (Fonte: FGV)