Com o período da Páscoa, aumenta consideravelmente o consumo de pescados, especialmente entre os que não comem carne vermelha no período que precede o domingo dePáscoa. Por isso mesmo é uma época que deve colocar o consumidor em alerta.
O bacalhau é um dos alimentos mais controversos nesse sentido. Um grupo de pesquisa da Universidade Estadual Paulista (Unesp) concluiu que diversos outros peixes salgados, mas de menor qualidade e preço, são vendidos como se fossem bacalhau nos mercados, Até mesmo disfarçados entre uma lasca e outra de bacalhau nas bandejas.
A PROTESTE preparou algumas dicas para ajudar os consumidores a identificar o que é bacalhau e o que não passa de peixe salgado. Segundo a legislação brasileira, o bacalhau só pode ser produzido com três espécies de peixe:
- Gadus mohrua, este é o verdadeiro bacalhau do Porto;
- Gadus macrocephalus;
- Gadus ogac.
As demais espécies são o que podemos chamar de ?falsificação? e devem ser comercializadas como peixe salgado ou peixe salgado seco, como is tipos Ling, Zarbo e Saithe.
Veja como identificar o verdadeiro bacalhau:
- A forma do peixe: o legítimo bacalhau é largo e permite corte em lombos.
- O rabo do peixe: deve ser quase reto ou ligeiramente curvado para dentro e de cor uniforme. Se tiver uma espécie de ?bordado? branco na extremidade, não é o legítimo.
- Cor do peixe: o bacalhau de verdade é cor palha. Fuja dos branquinhos, esses são falsos.
- A pele: no verdadeiro bacalhau a pele solta com facilidade.
O salmão é outro peixe frequentemente falsificado. Existe uma diferença brutal entre o salmão natural e o salmão de cativeiro. A cor vermelha da carne natural é gerada pelo pigmento Astaxantina, que o peixe absorve ao se alimentar de camarões. Mas como a dieta do salmão é variada, também variam as cores de sua carne – desde branco ou rosa suave, até um vermelho vivo. O salmão permanece na água doce nos dois ou três primeiros anos de vida antes de ir para o mar, suportando temperaturas baixas em água doce ou salgada.
Por isso tudo o salmão é um poderoso antioxidante que ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, inflamatórias, e atua no sistema imune. É fonte de Triptofano, Vitamina D, Ácidos Graxos, Selênio, Proteína, Vitamina B3, Vitamina B12, Vitamina B6, Fósforo e Magnésio. É excelente fonte de Ômega 3, substância que reduz em até 81% a chance de ataque cardíaco, segundo estudos recentes.
Porém, o salmão preparado em restaurantes ou vendido em supermercados na América e na Europa é, em sua maioria, proveniente de criações em viveiros. Nos Estados Unidos apenas 5% do salmão comercializado é selvagem. Segundo Melanie Whatmore, gerente da marca Salmón de Chile, que exporta salmão para o Brasil, o país é o terceiro maior mercado importador de salmão no mundo, atrás apenas de Japão e Estados Unidos.
Outro detalhe é que o salmão de cativeiro é colorido artificialmente. A cor característica do salmão é reflexo do tipo de alimentação do peixe durante seu crescimento.
Em 2004, a revista Science publicou uma pesquisa coordenada pela State University de Nova York, em Albany (EUA), que afirmava que o salmão de cativeiro era um inimigo da saúde porque esses pigmentos eram substâncias cancerígenas. Segundo o relatório produzido por cientistas norte-americanos e canadenses, duas toneladas métricas de carne de salmão em estado selvagem e criado em cativeiro foram analisadas para chegar a essa conclusão. Embora não seja totalmente fidedigna, porque o resultado não necessariamente se deve aos pigmentos, já que o relatório também traz poluentes e pesticidas. O salmão de cativeiro é mais calórico e possui muito mais gordura saturada e é menos nutritivo.