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Construção civil está pessimista; principal motivo é a taxa de juros

Construção civil está pessimista; principal motivo é a taxa de juros

O cenário da construção civil traz incertezas que trazem um impacto considerável, dificultando a realização de projetos e o planejamento.

O setor da construção civil é fundamental para o desenvolvimento econômico e social de um país. Ele não apenas gera empregos, mas também influencia diretamente diversos outros setores. Entre eles, o de materiais de construção, maquinário e serviços de engenharia. Para o consumidor, esse segmento significa a criação de um ambiente de habitação mais acessível e seguro.

Além disso, a construção civil também desempenha um papel importante na valorização dos imóveis. Projetos bem executados tendem a aumentar o valor de mercado das propriedades, o que é benéfico tanto para os atuais proprietários quanto para os futuros compradores. Isso proporciona segurança financeira e um retorno sobre o investimento que é crucial para muitos indivíduos e famílias.

Dessa forma, é evidente que a construção civil desempenha um papel multifacetado, refletindo sua importância não apenas na infraestrutura e no desenvolvimento econômico, mas também na satisfação e na qualidade de vida do consumidor. Prova disso, inclusive, está na contribuição do setor para o Produto Interno Bruto (PIB), que, em 2024, foi 4,3%, atingindo R$ 359,523 bilhões.

Retração da construção civil

Entretanto, esses bons ventos podem estar com os dias contados. Isso porque o início de 2025 trouxe uma piora significativa nas condições financeiras da indústria da construção, resultando na retração do setor. A informação consta na Sondagem Indústria da Construção (SIC). A pesquisa é feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), e revela um aumento na insatisfação dos empresários do setor com o lucro operacional e com a situação financeira.

Para agravar ainda mais a situação, o Índice de Confiança do Empresário da Construção caiu 2,4 pontos, passando de 49,6 para 47,2 pontos. Para os empresários do setor, as altas taxas de juros, a elevada carga tributária e a escassez ou alto custo da mão de obra qualificada foram os principais desafios enfrentados no primeiro trimestre de 2025.

Comparação – 2024 e 2025

Comparando o 4º trimestre de 2024 com o 1º trimestre de 2025, observa-se que:

  • O índice de satisfação com o lucro operacional apresentou uma queda, passando de 44,8 para 42,8 pontos;
  • O índice de satisfação com a situação financeira também sofreu um recuo, de 49 para 46,4 pontos;
  • O índice de facilidade de acesso ao crédito diminuiu para 37,4 pontos (queda de 0,3 ponto);
  • O índice referente à evolução dos preços de insumos aumentou para 64,6 pontos, indicando uma aceleração nos custos de produção.

“A indústria da construção é afetada diretamente pela alta da Selic. Com a dificuldade de acesso ao financiamento para a aquisição de imóveis, a demanda tende a diminuir. Esse fenômeno impacta também a produção, já que a indústria enfrenta os efeitos dos juros ao financiar a compra de insumos, resultando em um efeito em cadeia”, analisa Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.

O estudo foi publicado no dia 28 de abril. E, para chegar a essas conclusões, a CNI consultou 316 empresas de pequeno, médio e grande portes, entre 1º e 10 de abril. Para saber mais, acesse o material na íntegra, clicando aqui.

Insatisfação com o lucro operacional

No primeiro trimestre de 2025, o Índice de Satisfação com o Lucro Operacional registrou 42,8 pontos, apresentando uma queda de 2 pontos em relação ao quarto trimestre de 2024. Este resultado indica um aumento na insatisfação com o lucro operacional, que se tornou mais intensa e ampla nos primeiros meses do ano.

Da mesma forma, o Índice de Satisfação com a Situação Financeira ficou em 46,4 pontos no primeiro trimestre de 2025, com uma redução de 2,6 pontos em relação ao trimestre anterior. Este índice evidencia uma intensificação da insatisfação com a situação financeira entre os empresários do setor de construção ao longo da transição entre os trimestres.

Por sua vez, o Índice de Facilidade de Acesso ao Crédito situou-se em 37,4 pontos no primeiro trimestre de 2025, apresentando uma diminuição de 0,3 ponto em comparação com o quarto trimestre de 2024. Este resultado sinaliza uma maior dificuldade de acesso ao crédito no início de 2025 em relação ao final de 2024. Por fim, o Índice de Evolução do Preço Médio de Insumos e Matérias-Primas alcançou 64,6 pontos no primeiro trimestre de 2025, com um avanço de 0,6 ponto em relação ao último trimestre de 2024. Esse indicador mostra que os empresários do setor observaram uma aceleração no crescimento dos preços de insumos e matérias-primas entre os trimestres.

Taxa de juros elevadas

As elevadas taxas de juros continuam sendo o principal entrave do setor de construção civil. Elas foram citadas por 35,3% dos empresários, o que representa um aumento de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. Em seguida, estão a carga tributária elevada (27,8%) e a falta ou alto custo de mão de obra qualificada (27,1%). Também se destacou a demanda interna insuficiente, que passou da 7ª para a 4ª posição, assim como a falta de capital de giro, que avançou da 8ª para a 6ª posição.

Também merecem destaque a demanda interna insuficiente (20,8%). Esse fator passou da sétima para a quarta posição do ranking após aumento de 5,4 pontos percentuais de assinalações. Ademais, a falta de capital de giro (18,7%) passou da oitava para a sexta posição ranking após aumento de 4,9 p.p. de
assinalações.

Veja abaixo a listagem dos principais problemas enfrentados pelo setor:

Falta de positivismo

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) da Construção alcançou 47,2 pontos em abril de 2025, apresentando uma queda de 2,4 pontos em relação a março. Essa diminuição, que distancia o índice da linha divisória, indica que a falta de confiança entre os empresários da construção se tornou mais intensa e abrangente. Este é o quarto mês seguido que o ICEI fica abaixo dos 50 pontos. A deterioração da confiança é refletida na piora das condições atuais e nas expectativas dos empresários do setor.

No início do segundo trimestre, os empresários enfrentam um cenário de desconfiança. O Índice de Condições Atuais registrou 42,8 pontos em abril, também com uma queda de 2,4 pontos frente ao mês anterior. Os empresários avaliaram uma piora nas condições atuais da economia brasileira e de suas próprias empresas em comparação aos últimos seis meses. Por sua vez, o Índice de Expectativas ficou em 49,4 pontos em abril, apresentando uma redução de 2,4 pontos em relação a março, demonstrando uma avaliação negativa sobre as expectativas para a economia e para suas empresas nos próximos seis meses.

A CNI publicou o estudo no dia 28 de abril, e para ver o estudo na íntegra, acesse o link.

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