A confiança do consumidor brasileiro caiu sete pontos no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o trimestre anterior, e atingiu o patamar mais baixo desde 2009, segundo pesquisa realizada pela Nielsen. Este é o terceiro trimestre seguido de queda.
“Os resultados refletem a incerteza em relação à capacidade do País de aumentar as taxas de crescimento em curto prazo, voltar aos níveis de inflação mais moderados e evitar o aumento das taxas de desemprego”, explicou, em nota, Ricardo Alvarenga, especialista em Tendências de Mercado da Nielsen no Brasil.
O cenário não é dos melhores mesmo. A percepção dos consumidores sobre as perspectivas futuras de trabalho diminuiu 10 pontos percentuais, enquanto a percepção acerca das finanças pessoais diminuiu seis pontos percentuais, segundo nível mais baixo em 10 anos.
O número de brasileiros que acreditava que o País estar em uma recessão aumentou para de 73% para 85% entre o trimestre anterior e o primeiro trimestre deste ano. Um ano atrás, esse percentual era de 55%.
?Preocupados com o cenário econômico geral, consumidores brasileiros se tornaram mais conservadores quanto à renda disponível, reduzindo gastos fora do lar, e fazendo compras mais planejadas. Eles também estão aumentando a parte de despesas com mercearia em lojas de que oferecem vantagens financeiras, (como descontos, promoções e maiores volumes) e reduzindo categorias de gastos por impulso?, diz Alvarenga.
A confiança no Brasil chegou a 88 pontos, mas ainda assim não supera a média da América Latina, que é de 86 pontos. Dos sete mercados latino-americanos, o Chile (87) e a Argentina (75) mostraram ganhos de confiança de seis e oito pontos, respectivamente. A confiança na Venezuela (65) também caiu cinco pontos, enquanto a pontuação do Peru (99), o mais alto da região, caiu dois pontos no primeiro trimestre. A Colômbia manteve-se com os 94 pontos do quarto trimestre de 2014.
Leia mais
Vendas no varejo têm recuo histórico