O Índice Nacional de Confiança (INC) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) ficou estável na passagem de abril para maio e marcou 99 pontos em ambos os meses. O indicador varia entre zero e 200 pontos, sendo o intervalo de zero a 100 o campo do pessimismo e o intervalo de 100 a 200 o do otimismo. Em janeiro, a confiança estava em 104 pontos, ou seja, tinha entrado no campo otimista.
“No início do ano, com o novo governo, o consumidor estava mais confiante, apostava nas reformas e na melhora da economia, especialmente do emprego. E agora o que se tem é uma reversão da expectativa; o brasileiro está cauteloso em relação à política, à situação da economia, ao emprego”, diz Marcel Solimeo, economista da ACSP.
O INC aponta que em maio 44% dos brasileiros acreditavam em uma melhora futura de sua situação financeira nos próximos seis meses; em janeiro, eram 50%.
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Já 28% dos entrevistados estavam seguros em seus empregos em maio, ao passo que em janeiro essa parcela era de 34%. “A situação do desemprego alto é um problema grave, ainda que esteja melhor do que há um ano, quando a segurança no emprego era de apenas 17%, segundo o INC”, comenta Solimeo.
A pesquisa foi realizada entre os dias 3 e 11 de maio em todas as regiões brasileiras e tem margem de erro de três pontos.
Regiões
O INC da região Sul saltou de 125 pontos em abril para 138 em maio, provavelmente por causa das chuvas, que beneficiam a agricultura. No Sudeste, a queda de dez pontos (de 104 para 94) na mesma comparação pode ser explicada pela crise da indústria – que apresentou números ruins nos últimos meses – e pelos impactos econômicos no setor mineral-extrativista em Minas Gerais, além da reversão de expectativa do consumidor ante o governo, as reformas e a economia. No Nordeste (72 pontos) a confiança variou dentro da margem de erro e no grupo Norte/Centro Oeste o indicador foi de 108 em abril para 104 em maio.
Classes
Em maio, a confiança das classes AB (104 pontos) e C (94 pontos) oscilaram dentro da margem de erro. Já a confiança da classe DE caiu cinco pontos na passagem de abril (84) para maio (79). A razão pode estar nas dificuldades fiscais do governo, o que provoca rumores de que ele possa suspender benefícios para equilibrar os gastos.