A confiança dos micro e pequenos empresários cresceu 12,2% em agosto, na comparação com o mês anterior, segundo o indicador apurado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Com isso, o indicador chegou aos 50,17 pontos.
Vale ressaltar que este é o quarto mês consecutivo que o indicador apresenta uma melhora na comparação mensal. Além disso, foi a primeira vez desde o início da série histórica, em maio de 2015, que o indicador superou o nível neutro de 50 pontos. O indicador varia de zero a 100 pontos, sendo que quanto mais próximo de 100, maior o nível de confiança.
Na análise de Honório Pinheiro, presidente da CNDL, o reestabelecimento da confiança dos agentes econômicos é uma notícia a ser comemorada. “Mas seus efeitos sobre as variáveis reais devem ser de uma recuperação lenta, demorada e que precisa ser confirmada daqui para frente”, afirma. “Isso, no entanto, dependerá dos rumos da política econômica adotada pelo novo governo e de um cenário político mais estável e de convergência” complementa Pinheiro. Este é um passo importante para a retomada do crescimento, uma vez que as dificuldades persistem. “Afinal, a decisão de investir depende fundamentalmente da expectativa que o empresário tem em alcançar lucros e expandir seus negócios”, completa.
O levantamento também mostra que o Indicador de Condições Gerais, que avalia a percepção do micro e pequeno empresário sobre o desempenho das empresas e da economia do país nos últimos seis meses, registrou alta. O índice passou de 25,53 em julho para 31,58 pontos no mês de agosto.
De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, apesar do número persistir abaixo de 50 pontos, o índice verificado em agosto é o maior em 15 meses de série histórica. “O dado reflete o fato de que alguns indicadores econômicos, como inadimplência e faturamento, mostraram moderação no ritmo de queda, reforçando a ideia de que a saída da crise ainda está distante e será lenta, mas que o ritmo de piora das condições econômica pode ter sido estancado”, explica.
Considerando o total, 71,25% dos micro e pequenos empresários consideram que a economia piorou nos últimos seis meses, número expressivo, mas é o menor desde o início da série. Pelo lado oposto, 11,13% deles consideram ter havido melhora no período.
Em se tratando do desempenho dos seus negócios, 53,0% dizem ter percebido piora nos últimos seis meses, contra 14,4% que notaram melhora. Para os que consideram ter havido piora dos negócios, a crise está na raiz das dificuldades: 70,5% dizem que, por causa dela, suas vendas diminuíram. O aumento dos custos foi citado por 14,4% e a inadimplência foi mencionada por 6,4%.