Em um cenário de inadimplência, o cliente não é o único a perder. É inegável que as empresas também sofrem as dívidas dos consumidores – uma vez que o dinheiro não chega até eles. Em painel mediado por Alexandre Lara, sócio-fundador da Kitado!, porém, Augusto Saboia, CEO da Saboia Advisors, defende que o cliente que se torna devedor foi, um dia, um cliente de primeira linha. “Se ele buscou a empresa, gosta do produto. Porém, o planejamento financeiro desse consumidor deu errado. Se ele não pode, é por que não sabe como”, aponta.
O diretor de Lojas da Lojas Colombo, Edeni Malta, por sua vez, afirma que para recuperar um cliente, é preciso saber quanto ele vale. “Desde 2012, quando levamos uma surra, ajustamos a oferta de crédito”, diz. A medida não correspondia à situação econômica da época mas, posteriormente, fez sentido. “Quando enxergamos um primeiro sinal de atraso, começamos a sensibilizar o cliente e pensar em como resolver”.
Diego Marin, diretor de Crédito do Banco Mercedes-Benz do Brasil, por sua vez, comenta sobre a experiência que viveu em outros países e garante: o problema da inadimplência não muda muito fora daqui. Por outro lado, comenta que “a facilidade da recuperação é uma questão que tem muita relação com a legislação”.