Como diria Lee Vinsel, professor de Ciência e Tecnologia do Instituto Politécnico e Universidade Estadual da Virgínia, “design thinking é mais ou menos como sífilis, é contagioso e prejudica seu cérebro”. Então, o design thinking é uma panaceia mágica, uma religião, uma simples ferramenta ou algo mais?
A Singularity University poderia argumentar que se trata de “uma arma secreta para construir um bem maior”, o que soa como apenas uma ferramenta – em vez de algo com propósito e uma crença de sistemas. Já a Universidade de Standford vai lhe cobrar mais de US$ 12 mil suados por um curso de três dias sobre o tema que desafia você a se tornar uma potência de inovação.
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Então, o que é design thinking exatamente? A definição do dicionário soa desinteressante: “uma estratégia de solução de problemas em que as informações coletadas são expostas visualmente para criar novas formas e métodos para solucionar deficiências, criar oportunidades ou reduzir as fraquezas”. Espere um minuto, não há designers, engenheiros e outros profissionais fazendo isso há anos? As tecnologias para resolução de problemas por meio de exposição visual existem desde que o quadro branco foi inventado.
Agora, nós temos “modos”, não “etapas”, em um processo. Mas há algo de novo nisso? Quanto mais você olha, menos se reconhece entre a fumaça e os espelhos de “certificados práticos”.
Etapas do Design Thinking
Modo empatia – Isso não é entender o usuário final?
Modo Definição – Definindo o problema?
Modo Idealizar – Ser criativo?
Modo Protótipo – Simular ou modelar?
E modo de teste – Etapa de provas?
Se o design thinking é uma simples mania, uma mera ferramenta moderna e reembalada de muitas maneiras ao longo dos anos, não haveria razão para se preocupar além da normal indignação de ser algo supervalorizado.
No entanto, o Design Thinking parece estar gerando um sistema de crenças que vão além de sua capacidade mecânica. O conceito está quase se transformando em uma filosofia ou perspectiva de vida. Os educadores estão falando agora em estabelecer o Design Thinking para novos currículos. Será que um processo linear simples pode ser tão abrangente e moldar adultos bem preparados do futuro? Muitos designers rejeitam a simplicidade do design thinking. Recentemente um arquiteto renomado chamou o termo de “besteira total” e, certamente, para nós da Berlin School of Creative Leadership, a noção de uma abordagem linear orientada pelo design para orientar o seu negócio é totalmente estranha. Uma coisa é certa: as notas do Post-It, por mais bem organizadas que sejam, não vão resolver os desafios da sua empresa na 4ª Revolução Industrial.