A Microsoft anunciou uma nova versão do Bing, seu mecanismo de busca, alimentado por uma versão atualizada da mesma tecnologia IA do chatbot ChatGPT. O buscador trará novos recursos aprimorados pela inteligência artificial para seu navegador Edge, prometendo que os dois fornecerão uma nova experiência para navegar e encontrar informações online, em uma tentativa de retomar a liderança, há décadas perdida, nos segmentos de navegação e busca.
“É um novo dia na pesquisa”, disse o CEO da Microsoft, Satya Nadella, em um evento de anúncio dos produtos nesta terça-feira. Segundo Nadella, o paradigma da pesquisa na internet não mudou, mas a IA pode fornecer informações com mais fluidez e rapidez do que os métodos tradicionais. “A corrida começa hoje e vamos nos mover e nos mover rápido”, disse o CEO. “Mais importante, queremos nos divertir muito inovando novamente na pesquisa, porque já é hora.”
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O Novo Bing
A nova versão do Bing já funciona em várias configurações. Os resultados de pesquisa tradicionais podem ser mostrados lado a lado com anotações de IA, e outro modo permite que os usuários conversem diretamente com o chatbot do Bing, fazendo perguntas em uma interface conversacional parecida com a do ChatGPT.
O novo Bing agora apresenta a opção de iniciar um bate-papo na barra de ferramentas, o que leva a uma experiência de conversa semelhante ao ChatGPT. Um ponto destacado pelo site The Verge sobre o lançamento do novo Bing é a atualização. Ao contrário do ChatGPT, que só foi treinado com dados de até 2021, a versão do Bing é mais atualizada e capaz de responder a consultas relacionadas a eventos mais recentes, como hoje.
A Microsoft diz que esses recursos são todos alimentados por uma versão atualizada do GPT 3.5, o modelo de linguagem AI OpenAI que alimenta o ChatGPT. A Microsoft chama isso de “Modelo Prometheus” e diz que é mais poderoso que o GPT 3.5 e mais capaz de responder a consultas de pesquisa com informações atualizadas e respostas anotadas.
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A nova experiência já está disponível no Bing, mas ainda de forma limitada. Para ter acesso a experiência completa da inteligência artificial é preciso entrar na lista de espera. O novo Bing está ativo “para visualização limitada de desktop”, mas segundo o TechCrunch que os usuários só podem “perguntar” uma de várias consultas predefinidas e receber os mesmos resultados todas as vezes.
Uma série de exemplos de pesquisa no relançamento do buscador: consultar receitas no Bing, dicas de viagem e comprar móveis. Em uma demonstração, o Bing foi solicitado a “criar um itinerário para cada dia de uma viagem de 5 dias à Cidade do México”. A pergunta foi respondida inteiramente pelo chatbot, que descreveu um itinerário junto de links para mais informações.
Como observou o CEO da Microsoft, Satya Nadella, a equipe quer permanecer fiel aos seus Princípios de IA e reconheceu que, como acontece com toda nova tecnologia, é importante permanecer ciente das consequências potencialmente negativas. “Trata-se também de estar atento às consequências não intencionais de qualquer nova tecnologia”, disse.
Nadella enfatizou que a Microsoft quer usar a tecnologia que aumente a produtividade humana, mas que esteja alinhada com os valores humanos.
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Google lança rival de ChatGPT: Bard
A Google também entrou na corrida para não perder o monopólio que tem hoje entre os buscadores e navegadores. A empresa lançou um chatbot com inteligência artificial batizado de Bard para rivalizar com o ChatGPT.
Bard foi desenvolvido com base no modelo de linguagem grande existente do Google, Lamda, que um engenheiro descreveu há alguns meses como tão humano em suas respostas que o próprio (agora ex-) funcionário acreditava ser senciente. O Bard será usado por um grupo beta de testes antes de ser lançado ao público nas próximas semanas, explicou a Google.
“Bard procura combinar a amplitude do conhecimento mundial com o poder, a inteligência e a criatividade de nossos grandes modelos de linguagem”, escreveu o CEO do Google, Sundar Pichai, em seu blog.
Pichai enfatizou que deseja que os serviços de IA do Google sejam “ousados e responsáveis”, mas não detalhou como Bard está sendo treinado para não compartilhar conteúdo abusivo ou tendencioso.
Assim como o ChatGPT, o Bard é um chatbot (robô de conversa), que usa a inteligência artificial e o aprendizado de máquina para conversar de forma mais humana. A ideia é que o Bard se torne parte da ferramenta de busca do Google para melhorar as respostas a temas complexos.
Uma das tendências identificadas pelo Google é a mudança na complexidade das perguntas feitas no buscador. Segundo Pichai, as pessoas estão usando a pesquisa para fazer perguntas com mais nuances e não necessariamente só uma resposta correta. Por exemplo, era mais comum perguntar quantas cordas tem um violino, enquanto está se tornando mais frequente questões sobre a dificuldade de tocar o instrumento em relação a outro. “A IA pode ser útil nesses momentos, sintetizando insights para perguntas em que não há uma resposta certa”, escreveu o CEO do Google.
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