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O ChatGPT vai acabar com o Google?

O ChatGPT vai acabar com o Google?

Utilizamos o ChatGPT como ferramenta da equipe de marketing de uma fintech por 30 dias, confira algumas reflexões

Por mais que investíssemos em estratégias para conhecer o perfil de seu público e oferecer o produto ou serviço certo para a pessoa certa, o que nós, profissionais de Marketing não contávamos, é que teríamos muitos processos acelerados através da inteligência artificial.

Gostaria de dar um passo para trás e lembrar de grandes marcos dentro do Marketing Digital, que fez com que diversas marcas precisassem revisitar seus atuais métodos de comunicação.  O início se deu pelo surgimento das plataformas de mídias sociais, depois veio o crescimento acelerado dos dispositivos móveis e a necessidade de sites responsivos.  Logo após, a ascensão das formas de pesquisa com o Google mudou a forma como as pessoas buscam informação (SEO) e recentemente a explosão do big data, dando mais dados e promovendo goela abaixo uma cultura de dados para o mundo.

Bom, agora está estampado em tudo quanto é lugar que o ChatGPT é isso e aquilo, milhares de falácias e linhas de raciocínio. Resolvi escrever esse artigo, de forma bem pessoalizada, para trazer algumas das reflexões que eu fiz nos últimos 30 dias utilizando e implementando o ChatGPT como ferramenta para a equipe de Marketing da fintech em que trabalho.

O ChatGPT vai acabar com o Google?

Em primeiro lugar, vamos ter muita calma. Praticar paciência e razão são tarefas que eu reforço constantemente quando o assunto são inteligências artificiais. O medo de uma nova bolha ou de algo que vá exterminar ou mudar radicalmente a forma como a gente trabalha assusta muito, eu sei.

Mas, diferentemente das NFTs, Metaverso e todas essas outras tecnologias sobre as quais eu li bastante, mas com que não atuei diretamente, resolvi encarar como desafio pessoal e profissional olhar para o ChatGPT e entender como eu poderia tirar lições valiosas – e o melhor, como eu poderia fazer com que meu time otimizasse alguns fluxos de trabalho.

O fato é que estou preocupada em acompanhar cada atualização e cada notícia que sai sobre o tema. Não estou desesperada em saber com o que ele vai pôr fim, mas sim em como eu posso usar ele para impulsionar ainda mais minhas entregas.

Existem pesquisas que dizem que realmente ele vai revolucionar o mercado, mas ainda não existem comprovações baseadas em dados que falam sobre o fim do Google, por exemplo.

De toda forma, por que não trocar o tempo e esforço mental em ficar pensando sobre o fim de um e início de outro e focar em experimentação para tirar suas próprias conclusões.

Outros dados interessantes é que o ChatGPT agora é da Microssoft, que por sua vez promete implementar na busca do Bing (o motor de pesquisa da Microsoft, designado para competir com os líderes das indústrias Google e Yahoo). Contando que ambas as ferramentas de busca recebem receita vinda de anúncios, enxergo que para de fato acabar com o Google e demais, a IA precisaria se adaptar para continuar com essa receita.

Então, por mais que o Bing ganhe uma maior parte nas buscas (que hoje gira em torno de 8% segundo pesquisas), o Google é uma das empresas referências em inteligência artificial no mundo e já corre para lançar algo compatível – já lançaram esse spoiler.

De qualquer forma, mesmo que esse número cresça e o Google perca buscas, acredito que ele vá buscar alternativas para se reiventar e continuar com a sua dominância.

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É possível substituir vários redatores e profissionais
de marketing pelo ChatGPT?

Mais uma vez, suposição exagerada. Vou te devolver com um questionamento. Quando o EAD surgiu, isso tirou o papel do professor na educação do ser humano? Smartphones, Kindle e demais leitores digitais acabaram com os livros físicos? O streaming acabou com a TV?

Concordo que muita coisa mudou e não estou aqui para opinar se foram boas ou não, mas estou aqui para propor uma provocação. Se a cada mês, ano e década uma nova tecnologia aparece para resolver problemas tradicionais, por que o ChatGPT não pode virar um aliado dos redatores e demais profissionais de Marketing, por exemplo? No meu time, desde o analista de performance ao conteudista e à especialista em SEO, todos utilizam IA para otimizar suas entregas. O ponto é que a gente é responsável por não afastar o que é novo. Deveriamos nos adaptar e aprender com o que é novo antes que todos sejam extremamente bons e que fiquemos para trás.

As plataformas de IA conversacionais vão acabar com a criatividade humana?

Olha, essa pergunta é bem futurista e arrisco a dizer que ninguém deveria afirmar isso. Durante os últimos 30 dias em que estou usando constantemente a IA, enxerguei mais do que nunca que, sem uma mente que direcione-a, ela não é “ninguém”, mas sim um conversa em branco.

Muitas vezes abri o ChatGPT e sabia exatamente o que queria e apenas escrevia para a IA me trazer mais informações complementares para o meu tema. Um exemplo: estava revisando o budget de uma campanha e pedi que a ferramenta me desse a média de mercado para empresas do mesmo setor que a gente. Ela me passou uma lista com vários dados e empresas brasileiras e internacionais. Na prática, essa informação era mais para me dar direcionamento e não partir do zero – mesmo assim, me certifiquei de buscar referências para validar aquelas informações.

Acredito que tão importante quanto usar é estar sempre com uma postura curiosa, experimental e desconfiada, ao ponto de não levar nada como verdade absoluta. Afinal, a ferramenta está passando por diversas fases de testes e sendo aperfeiçoada dia após dia.

Prefiro encarar o ChatGPT como uma ferramenta incrível de produtividade, capaz de facilitar o meu dia a dia e ajudar a aumentar a minha eficiência operacional e do meu time.

A parte muito relevante que identifiquei durante os meus experimentos é que quanto mais você testa, mas sábio você fica para fazer pedidos e solicitar informações precisas para o que você necessita. Eu fui aprendendo na prática que para ter diferentes resultados tudo dependia de como eu perguntava para a IA e o quanto ela conseguia me servir de informações.

Sabe aquele pensamento de que uma ferramenta sem uma pessoa para a direcionar é apenas um conjunto de informações sem estratégia? É bem isso mesmo.

Conheça o Mundo do CX

E afinal, como você está usando o Chat?

Atualmente, utilizamos o ChatGPT para sugerir ideias e combinações de frases, sugerir conceitos criativos, visuais.. sabe quando o time trava na copy? O ChatGPT destrava. Elaborei um regulamento de uma campanha (claro, precisa ser validado com a área Jurídica), mas só de não partir do zero, nos ajudou a ganhar tempo e velocidade.

Ideias para temas, palestras e o principal: produção de resumos de textos e redação (ensaios, artigos de opinião, blog posts, newsletters e muitos outros tipos). Fizemos um teste em nosso blog utilizando um conteúdo sobre ChatGPT e escrito pelo próprio e pasmem, foi um dos mais acessados no último mês.

De todas as lições que tirei nos últimos 30 dias dentro dos desafios que tenho como diretora de Marketing é que precisamos trazer para perto o que nos causa desconforto e só assim a gente consegue transformar o desconforto em conforto.

Embora possa ser muito cedo para chegar a um veredicto final sobre o impacto da IA conversacional, não há dúvida de que ela está mudando a forma como interagimos com a tecnologia digital.

Como profissionais de marketing, é importante manter-se informado e engajado com esses desenvolvimentos, mas é igualmente importante abordá-los com um olhar crítico e curioso. Em vez de especular se o Google está ameaçado pela IA conversacional, devemos nos concentrar em entender como essas tecnologias podem aprimorar nossas estratégias de marketing e melhorar a experiência do cliente.

O futuro do marketing está, sem dúvida, atrelado ao uso inteligente de dados e tecnologia, mas devemos estar atentos às implicações éticas e sociais dessas ferramentas. À medida que exploramos o potencial da IA no marketing, também devemos considerar como podemos usá-la de maneira responsável, transparente e benéfica para nossos clientes e para a sociedade como um todo. Vamos começar a usar?

*Eduarda Camargo é CMO na Portão 3.


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