O conceito de moradia minimalista não é novo, mas o movimento das “tiny houses”, ou casas minúsculas, começou a ganhar relevância após a crise imobiliária nos Estados Unidos, em 2008, com oferta de moradia mais barata e sustentável. Hoje, as casas minúsculas estão presentes na cultura americana, desde reality shows que mostram a rotina de seus moradores até expansões específicas sobre o tema no jogo The Sims.
Não existe uma definição universal para uma casa minúscula, mas ela geralmente tem entre 10 e 40 metros quadrado, com espaços aproveitados de maneira eficiente, e oferece um custo de construção relativamente baixo. Normalmente, as casas minúsculas são pré-fabricadas e, para contornar as regras mínimas de tamanho de casas presentes nos códigos de zoneamento da maioria das cidades, são colocadas sobre rodas e estacionadas em um quintal ou terreno alugado especificamente para este propósito.
Por serem construídas de forma rápida e sem necessidade de grandes investimentos, as casas minúsculas contribuem para a redução do déficit habitacional, especialmente em cidades com pouco espaço para novas construções.
De acordo com relatório divulgado em janeiro deste ano pela TechNavio, o mercado global das casas minúsculas tem potencial para crescer US$ 5,8 bilhões entre 2020 e 2024. Segundo o relatório, a demanda por casas deste estilo está aumentando por conta da incapacidade dos jovens de comprar casas convencionais e da necessidade de otimizar o orçamento doméstico entre os aposentados.
Impacto positivo no meio ambiente
Mas essas casas minúsculas são realmente positivas para o meio ambiente? Pode parecer óbvio que trocar uma casa ampla por uma residência minimalista reduz a pegada ecológica do morador. Para comprovar o impacto desse tipo de moradia no meio ambiente, a pesquisadora Maria Saxton desenvolveu um estudo que fornece evidências mensuráveis sobre como a redução de tamanho das casas influencia o meio ambiente.
Segundo a pesquisa, realizada com 80 proprietários de casas minúsculas nos Estados Unidos, o impacto ambiental da residência foi reduzido em cerca de 45%, em média, em comparação a uma casa tradicional.
De acordo com a pesquisadora, além de diminuir o consumo de água, energia e espaço construído, a redução no tamanho das casas afeta positivamente o meio ambiente de maneiras inesperadas. “Todos os principais componentes do estilo de vida dos moradores, incluindo alimentação, transporte e consumo de bens e serviços, foram influenciados positivamente”, explica Maria Saxton, em artigo publicado sobre sua pesquisa.
O estudo identificou que moradores de casas minúsculas são mais propenso a comprar alimentos localmente, dirigem menos e usam meios de transportes mais sustentáveis, como bicicleta e transporte público. Além disso, por ter pouco espaço de armazenamento, consomem menos e geram menos lixo.
“Resumindo, descobri que a redução da metragem das casas é um passo importante para reduzir pegadas ecológicas e incentivar comportamentos ambientalmente mais saudáveis”, afirma a pesquisadora no artigo.
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