O inferno astral da Tesco, maior supermercadista do Reino Unido e um dos maiores varejistas mundiais, ganhou um novo capítulo ontem com o anúncio de que o Groceries Code Adjudicator (GCA), órgão de autorregulamentação dos supermercados do país, também investigará as práticas da varejista no relacionamento com seus fornecedores.
A GCA se junta, assim, ao Serious Fraud Office e ao Financial Reporting Council nas investigações relativas ao comportamento da Tesco nos últimos anos. Para a GCA, a Tesco pode ter quebrado o Código de Práticas no Relacionamento com Fornecedores (Groceries Supply Code of Practice), o código de ética do segmento.
Segundo Christine Tacon, líder da GCA e, na prática, uma espécie de ombudsman do setor, existem ?fortes suspeitas? de que a Tesco tenha feito fornecedores pagarem antecipadamente pelo espaço nas gôndolas das lojas, e demorado mais que o normal para devolver eventuais ajustes. Com isso, os lucros da companhia foram inflados. O resultado dessa prática começou a ser revelado em meados do ano passado, quando auditorias identificaram um rombo contábil de centenas de milhões de dólares.
A Tesco divulgou um comunicado em que disse estar trabalhando em conjunto com o GCA para criar processos de compliance em suas relações com fornecedores e que uma revisão interna identificou ?algumas áreas de preocupação? que levarão a mudanças na maneira como a rede trabalha com fornecedores.
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