Um estudo global encomendado pela 3M revelou a percepção do Brasil e de mais 13 países em relação à ciência. Os entrevistados foram questionados sobre o conhecimento, compreensão e valorização da ciência, bem como questões sobre a imagem e o futuro da tecnologia.
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O resultado à primeira vista foi animador. Metade dos participantes acredita que carros voadores serão realidade ainda em vida, por exemplo. Para 87%, a ciência não é algo chato, e sim fascinante. Os resultados sugerem um sentimento positivo em relação à ciência.
Porém, uma análise mais profunda aponta algumas inconsistências. O estudo mostrou que 38% acreditam que suas vidas não seriam muito diferentes se a ciência não existisse. Quase um terço dos participantes (32%) não acredita na ciência. Os profissionais da área não têm a confiança de 20% dos entrevistados.
O diretor global de tecnologia da 3M explica que a marca pesquisou sobre o assunto para refletir acerca do impacto da ciência no mundo. Além disso, a empresa quer entender a diferença de comportamento entre os países emergentes e desenvolvidos. “Esperamos que, ao tornar os dados da pesquisa acessíveis, os defensores das ciências em todo o mundo poderão utilizá-los para contribuir para maior valorização da área”, afirma John Banovetz.
Brasil
Apesar de ser um país emergente e que investe pouco em tecnologia e ciência, o Brasil é otimista e entende mais o impacto do setor na sociedade que a média global. Quando ouvem a palavra “ciência”, 94% dos brasileiros se sentem esperançosos e 85% acreditam que o mundo é lugar melhor graças às tecnologias desenvolvidas pelos cientistas.
Apesar de a ciência já ter feito grandes descobertas, 66% são otimistas e acreditam que os melhores dias ainda estão por vir. Três em cada quatro (76%) acham que vão ver a cura do câncer ainda em vida, o que mostra o entusiasmo com o impacto da ciência na sociedade.
O Brasil está à frente da média global na percepção sobre a importância da área – 83% acreditam que o setor é muito importante para a sociedade, a média global é 63%. O número diminui quando o assunto é a importância para o próprio cotidiano – 72% versus média global de 46%.
Um dos maiores impeditivos para o desenvolvimento de pesquisas no Brasil é, sem dúvidas, o baixo investimento no setor. Neste ano, o orçamento para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações é 25% menor do que em 2017. A pesquisa apontou que 42% da população têm esta percepção e acreditam que o financiamento inadequado para pesquisas é o maior obstáculo para os científicos no futuro.
Metodologia
O estudo realizado pelo Ipsos ouviu 14.036 pessoas maiores de 18 anos. Foram aproximadamente 1.000 pessoas de cada país participante – Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, índica, Japão, México, Polônia, Arábia Saudita, Singapura, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.