Uma pesquisa inédita da Serasa Experian, realizada em março deste ano, mostra que 75% dos brasileiros desconhecem ou conhecem muito pouco sobre a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – marco jurídico-regulatório que entrará em vigor no país em agosto de 2020 e que passará a estabelecer princípios, direitos e deveres a serem considerados no tratamento de dados pessoais de consumidores e usuários de serviços.
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De acordo com a Serasa, a pesquisa entrevistou 1.564 consumidores de todo o Brasil no mês de março de 2019. Os números mostram que o País está na contramão de países onde já existe uma lei de proteção de dados. Um exemplo é o Reino Unido, onde a Experian também conduziu a pesquisa. Lá, seis em cada 10 pessoas afirmaram estar totalmente ou parcialmente cientes sobre a General Data Protection Regulation (GDPR), legislação que deu origem a norma brasileira.
Além da baixa percepção em relação à lei, a maior parte dos entrevistados (62%) declara nunca ter tido problemas com o vazamento de seus dados pessoais e 13% apontaram problemas com dados indevidamente expostos, por conta de sites hackeados ou quando foram vítimas de fraude. Entre os participantes da pesquisa britânica, os percentuais correspondentes ficaram em 49,6% e em 7,4%, respectivamente.
“É fundamental que as empresas concentrem esforços para assegurar a proteção e a qualidade dos dados de seus consumidores. Isso também envolve a missão de contribuir para ampliar o conhecimento do cliente sobre o embasamento legal que a Lei vai agregar a essa gestão e como esse tipo de informação pode ser aplicado em prol da evolução do relacionamento e do atendimento”, afirma o presidente da Serasa Experian, José Luiz Rossi.
Confiabilidade na marca
Outro dado importante na pesquisa é a confiança do consumidor na marca no momento de fornecer informações. De acordo com a pesquisa, 63% afirmam que forneceriam os seus dados desde que acreditassem em uma marca ou mesmo em um determinado site na internet. No Reino Unido, esse índice foi de 57,5%.
“Ao considerar a reputação das empresas como o fator que confere mais segurança à sua decisão de compartilhar dados pessoais, o consumidor brasileiro revela também como a adequação das empresas à Lei, em termos de transparência e conformidade de processos, poderá potencializar estratégias de construir negócios mais assertivos e orientados pelos históricos de consumo de seus clientes”, diz Vanessa Butalla, diretora jurídica da Serasa Experian.