Atualmente, mais de 13 milhões de pessoas estão desempregadas no Brasil. Se manter as contas em dia é considerada uma tarefa difícil para muitos que estão trabalhando, não se endividar é ainda mais complicado para quem está sem emprego. Especialmente para as pessoas que não possuem uma reserva de emergência, que corresponde ao valor de seis meses do seu custo de vida.
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Historicamente, o desemprego é a principal causa de endividamento. Confirmando isso, a pesquisa Perfil do Consumidor, feita pela Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), mostrou que o desemprego ampliou a liderança como o principal motivo de inadimplência, com crescimento de 13 pontos percentuais na comparação com o primeiro semestre do ano passado.
Causa da inadimplência
No levantamento, que abrange todo o primeiro semestre de 2018, 45% dos consumidores disseram que a falta de renda ocasionada pelo desemprego foi a principal causa de inadimplência. O motivo também era o primeiro do ranking no primeiro semestre do ano passado, mas com proporção menor – 32%.
O segundo motivo mais comentado foi o descontrole financeiro. Dois em cada dez participantes da pesquisa disseram que não conseguir controlar o dinheiro corretamente os levou ao endividamento. Já o empréstimo de nome a terceiros levou 18% dos consumidores à inadimplência. O número era menor no começo de 2017, quando chegou a 11%.
Motivo dos gastos
O comprometimento com o pagamento de contas diversas foi o que mais atrapalhou os consumidores. O problema foi citado por 26% dos entrevistados. Entre as contas diversas, estão gastos com educação (mencionados por 33%), compra de smartphones (19%), saúde (15%) e taxas e tarifas – como IPTU, IPVA e condomínio – (12%). Além das contas diversas, os gastos com itens de vestuário foi o segundo item mais lembrado, com 19% das menções.
Segundo o estudo, 86% das contas vencidas que causaram a restrição estão em atraso há mais de 90 dias. Apenas 3% estão com o vencimento atrasado há menos de 30 dias. Metade dos consumidores possuem até duas contas em atraso. Quase um terço (31%) tem três ou quatro contas vencidas, outros 19% estão com o nome sujo por causa de cinco ou mais pagamentos em atrasados.