A redução da produção de gases jogados na atmosfera é uma preocupação mundial já há muitos anos. O Protocolo de Montreal, estabelecido em 1987, conseguiu reduzir em 98% a produção dos chamados CFCs (clorofluorcarbonos), na época usados em geladeiras, aparelhos de ar-condicionado e sprays. A preocupação segue em torno do aquecimento global, potencializado pela emissão de gases de carbono e hidrofluorcarbonos. O Protocolo de Kyoto, por exemplo, é outro documento mundial que exige a redução da emissão de carbono pelos países industrializados. Uma pesquisa realizada pela PwC mostra que globalmente temos alcançado algumas (lentas) diminuições na produção de gás carbônico.
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De forma geral, a intensidade do gás carbônico lançado na atmosfera caiu 2,6% em 2016. Os líderes do Índice de Economia de Baixo Carbono (Low Carbon Economy Index) são Reino Unido e China que, respectivamente, descarbonizaram suas economias em 7,7% e 6,5% com mudanças em suas matrizes energéticas e crescimento econômico.
O Brasil está entre os cinco países que mais diminuíram a intensidade de suas emissões, com queda de 3,8% em 2016. O estudo global da PwC acompanha as taxas de emissões dos países integrantes do G20.
Passos lentos
Apesar de confirmar uma mudança gradual nas taxas de descarbonização em relação às observadas nos anos 2000 – em torno de 1% ao ano – a redução na intensidade de gás carbônico em 2016 ficou muito aquém da taxa de 6,3% ao ano, prevista pelo Acordo de Paris como necessária para conter o aquecimento global abaixo de dois graus.
Os esforços do Brasil superaram a meta do Acordo de Paris, que preveem descarbonização anual de 2,9% até 2030. Entre 2000 e 2016, porém, a intensidade anual média de carbono avançou 0,1%.
“Uma nova rodada de negociações climáticas acontecerá em Bona, na Alemanha, e nosso relatório mostra que os compromissos assumidos em Paris só serão alcançados se os países signatários do Acordo acelerarem o ritmo de suas ações”, explica Eliana Kihara, sócia da PwC Brasil.
Panorama
O estudo mostra também que o consumo de carvão mundial caiu apenas 1,7% no último ano e ainda representa um terço das necessidades energéticas globais. Apesar da queda no consumo pelo Reino Unido e China, países como Índia, Turquia e Indonésia aumentaram a dependência do carvão em suas economias.
No último ano, o crescimento do PIB global foi de 3,1%, enquanto as emissões permaneceram estáveis em 0,4%. A intensidade de lançamento de gás na atmosfera é aferida pela relação entre emissões por dólar do PIB.
O uso de petróleo e gás como fontes de energia cresceu em 1,58% em 2016. O consumo de energia solar aumentou 30% e da energia eólica 15,9% no mesmo período, embora ainda representem uma pequena parte do consumo global de energia.