Pesquisar
Close this search box.
/
/
O Brasil está atrasado na transformação digital, diz Marco Stefanini

O Brasil está atrasado na transformação digital, diz Marco Stefanini

Em entrevista para a CM, o fundador e CEO da Stefanini fala sobre digitalização e afirma que 2018 será um ano importantíssimo para o avanço do tema nas empresas brasileiras

Na mesa do empresário Marco Stefanini, fundador e CEO da Stefanini, um pequeno quadro se destaca. Nele, uma foto do ator Will Smith no filme “À procura da Felicidade” e a frase “Estude enquanto eles dormem. Trabalhe enquanto eles se divertem. Lute enquanto eles descansam. Depois, viva o que eles sempre sonharam.” É praticamente um mantra na vida de Stefanini.

A frase é creditada a um provérbio japonês que o empresário tenta seguir à risca. A sua rotina de trabalho é incessante. Muito por causa do setor em que ele escolheu trabalhar e no qual criou a sua empresa que faturou R$ 2,8 bilhões no passado. Na tecnologia, tudo é muito rápido e a empresa que não se transforma todos os dias pode ficar no passado.

Confira a edição online da revista Consumidor Moderno!

Esse é o grande desafio de Stefanini. Segundo ele, a empresa precisa ultrapassar o nível de uma prestadora de serviços de TI para uma integradora digital dos negócios das companhias. Por isso, a sua principal missão é mostrar para as empresas os benefícios de uma transformação digital. Mais: a imprescindibilidade dessa mudança de cultura.

Na entrevista a seguir, Stefanini avalia o atual momento de digitalização dos setores brasileiros e a ameaça estrangeira.

CM – Na sua visão, como está a transformação digital no Brasil? Ainda está muito no discurso?

Marco Stefanini – Na minha percepção, tudo está mudando bastante e muito rápido. Até 2016, as empresas tinham bastante curiosidade sobre o tema, mas ficavam muito na base da conversa. No ano passado, no entanto, começou um foco e até uma execução maior. Claro que se você analisar o número de cases digitais ainda é pouco expressivo. Só que se comparar ao ano de 2016, já tem uma perspectiva muito melhor. Os anos de 2018 e 2019 devem ser o ano de transformação digital e acredito que as empresas vão se dedicar ao tema.

CM – A percepção de transformação digital está muito ligada à melhoria da experiência do cliente. É isso o que as empresas buscam?

MS – O movimento digital, para nós, claro que passa pela experiência do usuário e pela multicanalidade, mas não é única. Essa parte de back office, a indústria 4.0, a logística e toda a mentalidade digital do ponto de vista de eficiência, cadeia produtiva mais estreita e menor, ele vai tomar contornos maiores a partir desse ano.

CM – As empresas estão mudando por vontade de estar à frente do movimento ou por necessidade?

MS – O grande motor das grandes empresas é a necessidade. Elas têm uma certa inércia. Para elas mudarem, elas precisam ser pressionadas. A pressão vem de duas frentes: da crise, mas também da própria digitalização. A crise traz contornos mais dramáticos para o Brasil. Mas, independentemente da crise, as empresas vão precisar se mexer.

CM – E como você avalia o atual momento das empresas no Brasil? Quando a Amazon anunciou a entrada em diversos segmentos por aqui, por exemplo, as ações das varejistas despencaram. As empresas brasileiras ainda estão muito atrás desses grandes concorrentes?

MS – Boa parte dos setores está sendo pressionando por esses competidores, digamos, diferentes. E que incluem gigantes como a Amazon, que também está pressionando o próprio mercado americano. Se você analisar o varejo, a pressão não é só por aqui, mas global. É uma questão de movimento, não de país. A digitalização é uma pressão. Não é por acaso que algumas empresas estão se reposicionando e conseguindo bons resultados, como é o da Magazine Luiza. Enfim, é um novo modelo econômico ameaçando o velho modelo econômico.

CM – Você colocaria setores na frente dos outros no quesito digitalização?

MS – Os grandes bancos realmente vêm fazendo um esforço bastante grande em se reinventarem. É um processo difícil, pois são gigantes. Tudo o que se fala em digitalização pode ser visto como uma busca por leveza, flexibilidade e velocidade e isso não combina com tamanho grande. Mas os bancos estão fazendo um bom trabalho. Do outro lado, acredito que as seguradoras estão um pouco atrás até pelo perfil conservador que o setor possui. Quanto ao varejo, acredito que o setor vai ser movimentar bastante nos próximos dois ou três anos e tanto concorrentes brasileiros quanto estrangeiros.

CM – O varejo está atrasado?

MS – O varejo no Brasil tinha uma característica que era o investimento em tecnologia inferior a países que possuem o mesmo perfil do Brasil. Até por conta disso, o perfil do varejo é menos tecnológico do que em outros lugares, como a China. Então, o varejo tem a oportunidade de dar um salto e se equiparar até a outros países emergentes.

CM – E a questão da indústria 4.0 no País?

MS – O Brasil está atrás e ainda tem a questão da crise, que impactou muito todo o setor. O País vem há muitos anos de forte pressão em cima da indústria, então ela tem um desafio muito grande. A maior parte está descapitalizada. Mas, ao mesmo tempo, recomendo enxergar o meio copo cheio. Às vezes é a grande oportunidade de ser o ponto de virada. Até o nosso setor de tecnologia está tendo que se adaptar, pois os produtos se transformam muito rapidamente.

CM – Na sua opinião, o que segura os investimentos em tecnologia e transformação digital? Falta de dinheiro ou questão de cultura?

MS – A resistência é global, não só Brasil. As grandes empresas têm um status quo e uma inércia, o que traz mais dificuldade na hora de transformar o negócio. É um desafio global: quanto maior a companhia, mais difícil dela mudar. E para que isso aconteça, tem que haver uma mudança de mentalidade na liderança. Os líderes precisam sair da zona de conforto e entender o papel deles nessa transição. Pois você não pode destruir o que você tem para apostar o novo. Como fazer o modelo de transição respeitando a saúde financeira da empresa e, ao mesmo tempo, não sendo lento suficiente para que não permita as inovações.

CM – Como é vender soluções atualmente em comparação ao passado?

MS – Antes, vendíamos somente para pessoas de TI. Hoje, você tem que se relacionar com os negócios, mas quem lidera a transformação digital é a área de negócios. Outra mudança que vem acontecendo é que a tecnologia não é só vista como uma área de redução de custos. Antes, a disputa era focada nos valores. Agora, é o benefício: o que as minhas soluções podem fazer para alavancar os seus negócios? E no Brasil é algo importante, pois no quesito de custos, é o país mais difícil de se operar. Para completar, a tecnologia ajuda as empresas a trabalharem melhor em equipe.

CM – Como vai ser o ano de 2018, tanto para a Stefanini quanto para o Brasil?

MS – No caso do Brasil, com a crise, ainda vai ser um ano difícil. Quando você soma o impacto da crise com a questão da transformação digital, o problema fica ainda maior. Tem as turbulências econômicas e políticas. E a Stefanini tem que se transformar sempre, pois é um mercado que muda muito rápido. Eu diria que 2018 e 2019 vão definir o nosso futuro e o de muita gente. Dependendo de como você se posiciona, vai definir o que vai ser de amanhã. Tanto no mercado, quanto a própria Stefanini.

CM – Como se preparar para isso?

MS – (Marco Stefanini olha para a imagem em sua mesa e sorri).

Recomendadas

MAIS MATÉRIAS

SUMÁRIO – Edição 283

As relações de consumo acompanham mudanças intensas e contínuas na sociedade e no mercado. Vivemos na era da Inteligência Artificial, dos dados e de um consumidor mais exigente, consciente e impaciente. Mais do que nunca, ele é o centro de tudo: das decisões, estratégias e inovações.
O consumidor é digital sem deixar de ser humano, inovador sem abrir mão do que confia. Ele quer respeito absoluto pela sua identidade, quer ser ouvido e ter voz.
Acompanhar cada passo dessa evolução é um compromisso da Consumidor Moderno, agora um ecossistema de Customer Experience (CX), com o mais completo, sólido e original conhecimento sobre comportamento do consumidor, inteligência relacional, tecnologias, plataformas, aplicações, processos e metodologias para operacionalizar a experiência de modo eficaz, conectando executivos e lideranças.

CAPA:
Imagem idealizada por Melissa Lulio,
gerada por IA via DALL·E da OpenAI, editada por Nádia Reinig


Publisher
Roberto Meir

Diretor-Executivo de Conhecimento
Jacques Meir
[email protected]

Diretora-Executiva
Lucimara Fiorin
[email protected]

COMERCIAL E PUBLICIDADE
Gerentes-Comerciais
Andréia Gonçalves
[email protected]

Daniela Calvo
[email protected]

Elisabete Almeida
[email protected]

Érica Issa
[email protected]

Fabiana Hanna
[email protected]

NÚCLEO DE CONTEÚDO
Head
Melissa Lulio
[email protected]

Editora-Assistente
Larissa Sant’Ana
[email protected]

Repórteres
Bianca Alvarenga
Danielle Ruas 
Jéssica Chalegra
Julia Fregonese
Marcelo Brandão

Designer
Melissa D’Amelio

Revisão
Elani Cardoso

MARKETING
Líder de Marketing Integrado 
Suemary Fernandes 
[email protected]

Coordenadora
Mariana Santinelli

Coordenador de Marketing de Performance 
Jonas Lopes 
[email protected]

TECNOLOGIA
Gerente

Ricardo Domingues

CX BRAIN
Data Analyst
Camila Cirilo
[email protected]


CONSUMIDOR MODERNO
é uma publicação da Padrão Editorial Eireli.
www.gpadrao.com.br
Rua Ceará, 62 – Higienópolis
Brasil – São Paulo – SP – 01234-010
Telefone: +55 (11) 3125-2244
A editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou nas matérias assinadas. A reprodução do conteúdo editorial desta revista só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte.
Todos os direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright,
sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos textos
publicados nesta revista, salvo expresso
consentimento dos seus editores.
Padrão Editorial Eireli.
Consumidor Moderno ISSN 1413-1226

NA INTERNET
Acesse diariamente o portal
www.consumidormoderno.com.br
e tenha acesso a um conteúdo multiformato
sempre original, instigante e provocador
sobre todos os assuntos relativos ao
comportamento do consumidor e à inteligência
relacional, incluindo tendências, experiência,
jornada do cliente, tecnologias, defesa do
consumidor, nova consciência, gestão e inovação.

PUBLICIDADE
Anuncie na Consumidor Moderno e tenha
o melhor retorno de leitores qualificados
e informados do Brasil.

PARA INFORMAÇÕES SOBRE ORÇAMENTOS:
[email protected]

SUMÁRIO – Edição 283

As relações de consumo acompanham mudanças intensas e contínuas na sociedade e no mercado. Vivemos na era da Inteligência Artificial, dos dados e de um consumidor mais exigente, consciente e impaciente. Mais do que nunca, ele é o centro de tudo: das decisões, estratégias e inovações.
O consumidor é digital sem deixar de ser humano, inovador sem abrir mão do que confia. Ele quer respeito absoluto pela sua identidade, quer ser ouvido e ter voz.
Acompanhar cada passo dessa evolução é um compromisso da Consumidor Moderno, agora um ecossistema de Customer Experience (CX), com o mais completo, sólido e original conhecimento sobre comportamento do consumidor, inteligência relacional, tecnologias, plataformas, aplicações, processos e metodologias para operacionalizar a experiência de modo eficaz, conectando executivos e lideranças.

CAPA:
Imagem idealizada por Melissa Lulio,
gerada por IA via DALL·E da OpenAI, editada por Nádia Reinig


Publisher
Roberto Meir

Diretor-Executivo de Conhecimento
Jacques Meir
[email protected]

Diretora-Executiva
Lucimara Fiorin
[email protected]

COMERCIAL E PUBLICIDADE
Gerentes-Comerciais
Andréia Gonçalves
[email protected]

Daniela Calvo
[email protected]

Elisabete Almeida
[email protected]

Érica Issa
[email protected]

Fabiana Hanna
[email protected]

NÚCLEO DE CONTEÚDO
Head
Melissa Lulio
[email protected]

Editora-Assistente
Larissa Sant’Ana
[email protected]

Repórteres
Bianca Alvarenga
Danielle Ruas 
Jéssica Chalegra
Julia Fregonese
Marcelo Brandão

Designer
Melissa D’Amelio

Revisão
Elani Cardoso

MARKETING
Líder de Marketing Integrado 
Suemary Fernandes 
[email protected]

Coordenadora
Mariana Santinelli

Coordenador de Marketing de Performance 
Jonas Lopes 
[email protected]

TECNOLOGIA
Gerente

Ricardo Domingues

CX BRAIN
Data Analyst
Camila Cirilo
[email protected]


CONSUMIDOR MODERNO
é uma publicação da Padrão Editorial Eireli.
www.gpadrao.com.br
Rua Ceará, 62 – Higienópolis
Brasil – São Paulo – SP – 01234-010
Telefone: +55 (11) 3125-2244
A editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos ou nas matérias assinadas. A reprodução do conteúdo editorial desta revista só será permitida com autorização da Editora ou com citação da fonte.
Todos os direitos reservados e protegidos pelas leis do copyright,
sendo vedada a reprodução no todo ou em parte dos textos
publicados nesta revista, salvo expresso
consentimento dos seus editores.
Padrão Editorial Eireli.
Consumidor Moderno ISSN 1413-1226

NA INTERNET
Acesse diariamente o portal
www.consumidormoderno.com.br
e tenha acesso a um conteúdo multiformato
sempre original, instigante e provocador
sobre todos os assuntos relativos ao
comportamento do consumidor e à inteligência
relacional, incluindo tendências, experiência,
jornada do cliente, tecnologias, defesa do
consumidor, nova consciência, gestão e inovação.

PUBLICIDADE
Anuncie na Consumidor Moderno e tenha
o melhor retorno de leitores qualificados
e informados do Brasil.

PARA INFORMAÇÕES SOBRE ORÇAMENTOS:
[email protected]