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Tão novas e tão bilionárias

Tão novas e tão bilionárias

As startups bilionárias talvez não sejam vistas por aqui por uma razão bem simples: contextos diferentes carregam desafios distintos

Startups bilionárias (em dólar, diga-se de passagem) são conhecidas como Unicórnios. O CONAREC 2016 quis responder: no Brasil, a existência desse tipo de empresa é um mito ou uma realidade? André Macedo, country manager da Intuit Brasil, traz a reflexão: é importante lembrar que determinados rótulos são cunhados com base em um certo contexto. “Quando a gente pensa em todo o potencial que as startups trazem para o Brasil inovar, o grande impacto que trazem para a sociedade, a forma como elas geram valor, esses são os fatores importantes”.

Para Macedo, os empreendedores brasileiros cada vez mais desenvolvem tecnologia de ponta, têm uma boa visão do mundo mobile e possuem seus próprios pólos tecnológicos. Podemos estar em um estágio diferente, no entanto, estamos na ativa. “Acredito que cada vez mais vai crescer esse tipo de negócio em escala global por aqui”, enfatiza. “Não acho que estamos totalmente preparadas, mas estamos num bom caminho”.

O cenário nacional traz muitas oportunidades, mas não é fácil para os empreendedores. “A gente vê muita empresa com um potencial absurdo de crescimento que, muitas vezes, é penalizada pelos encargos, legislação complicada para a expansão do negócio”, aponta Tiago Dalvi, CEO da Olist.

Um quadro econômico instável também não é o melhor dos aliados, porém, na visão de Dalvi, funciona como uma seleção mais criteriosa, que dá vazão para aqueles empreendedores mais fortes. Como é comum que os brasileiros empreendam mais por necessidade do que por oportunidade, os empreendedores se preparam para garantir bons resultados e sobreviver.

Um passo de cada vez

Os empreendedores reforçam que uma startup de um bilhão – ou qualquer modelo de negócio bem sucedido – não nasce da noite para o dia, é preciso passar por estágios. “Não é só um aporte que faz a startup sair do zero para o bilhão. Você começa com modelos, vem com protótipos, produto mínimo, tem o primeiro investimento, começa a crescer, busca um novo aporte, assim por diante”, detalha Lucas Vargas, CEO da Viva Real.

Nesse sentido, Vargas recorda que o ecossistema empreendedor brasileiro conta com um grande número de investidores para o primeiro aporte, mas tem poucas opções no mercado no que diz respeito a aportes maiores – o que faz muita diferença. “Geralmente, o empreendedor precisa procurar um investidor estrangeiro, com outra cultura, outra visão, é um novo caminho que precisa ser explorado”, complementa.

Myrtes Mattos, sócia-fundadora da Satrápia, mediadora do painel, chama a atenção para o fato de que também precisamos de empreendedores cada vez mais capacitados para garantir um ecossistema em pleno desenvolvimento. “Antes de fazer um planejamento em etapas, nossos profissionais precisam entender toda essa estratégia, que é muito nova no Brasil. Nosso empreendedorismo vai evoluindo na raça”, aponta.

Força

Andre Alves, country manager da Decolar.com, entende que os brasileiros passaram da fase de criar coragem, estão estruturando o mercado e procurando cada vez mais informações para evoluir. “O brasileiro tem essa característica muito forte de adaptação. Se você analisar a ideia original de startups que hoje são grandes, vai perceber que muito pouco do projeto inicial foi mantido, o modelo foi se transformando”, enfatiza. “Os fundos estrangeiros, grandes investidores, estão olhando para cá e aprendendo como é trabalhar no Brasil. Não dá para achar que aqui é como o mercado lá de fora, os investimentos aqui são como uma loteria, podem dar certo ou errado”.

Quanto mais tivermos apoio para os projetos nacionais e quanto mais eles conseguirem se expandir para fora, mais investidores serão impulsionados a agir com uma modalidade bastante escassa por aqui: o investimento anjo.

Complexidade

Mattos recorda a percepção do mercado de que as empresas de fora que chegam no Brasil têm mais oportunidades por estarem bem estruturadas em seus países de origem. Alves, da Decolar.com, aponta que, na verdade, essa visão é errônea. “O Brasil não é um país propício para as pessoas se aventurarem por aqui, o cenário é complexo. Tem vários ‘Brasis’ no mesmo Brasil, o sistema tributário é difícil”.

Para ficarem um patamar acima, os empreendedores brasileiros precisam de planejamento, ressalta o executivo. “Não adianta apenas criatividade, tem que ter inteligência de projeto, de mercado. Os investidores cobram muitos requisitos”.

O desafio também é manter o DNA de inovação constante nas marcas – e, claro, colocar o cliente no foco da atuação.

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