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Banimento, suspensão e alternativas: o futuro do TikTok nos EUA

Banimento, suspensão e alternativas: o futuro do TikTok nos EUA

Entre banimento e suspensão da lei, usuários do TikTok buscam alternativas como RedNote, Reels e Shorts para consumir vídeos curtos.

Nos Estados Unidos, o TikTok passou horas fora do ar após a Suprema Corte confirmar na sexta-feira (17) a lei que proíbe a rede social no país. O banimento do TikTok nos EUA, foi motivado principalmente por preocupações com segurança nacional. As razões incluem coleta de dados, vínculos com a China e riscos à privacidade. A decisão foi dada caso a controladora do aplicativo, a chinesa ByteDance, não o vendesse. Caso não ocorra a venda, o prazo dado para a plataforma sair do país foi de dois dias.

A decisão unânime de 9 a 0 do tribunal deixa a plataforma de mídia social — com seus 170 milhões de usuários nos Estados Unidos — em uma situação de incerteza, colocando seu futuro nas mãos do presidente Donald Trump, que assume hoje a cadeira e garantiu que salvará o TikTok.

Por que o banimento?

Entre os motivos para o banimento do aplicativo no país constam alegações de que o TikTok coleta grandes volumes de dados de seus usuários, que poderiam ser acessados ​​pelo governo chinês por meio da ByteDance, sua controladora. Além disso, existem preocupações de que a rede social possa ser usada como uma ferramenta de espionagem ou manipulação, devido à legislação chinesa que exige que empresas locais compartilhem dados com o governo. A decisão da Suprema Corte ainda levou em conta o medo de que informações pessoais de milhões de americanos sejam comprometidas.

O Congresso dos Estados Unidos aprovou uma lei exigindo que o TikTok fosse vendido a uma empresa não ligada à China até janeiro de 2025, mas a ByteDance não conseguiu cumprir o prazo. A Suprema Corte decidiu que o banimento não viola a liberdade de expressão garantida pela Constituição, justificando a medida com base nos interesses de segurança nacional.

Apesar das contestações apresentadas pelo TikTok, pela ByteDance e por alguns usuários do aplicativo, a Suprema Corte decidiu que a lei não infringe a Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que protege a liberdade de expressão contra restrições governamentais, como havia sido argumentado.

O banimento do TikTok não é novidade. Países como Irã, Nepal e Paquistão já proibiram o funcionamento do app em diferentes momentos. Já na Índia, o TikTok foi banido em 2020. O Canadá ordenou o encerramento das operações da empresa no país, enquanto na Austrália e na Nova Zelândia, o app não pode ser utilizado em dispositivos governamentais.

Ainda, em países como Áustria, França, Bélgica, Estônia, Países Baixos, Noruega e Taiwan, o aplicativo não pode ser utilizado em dispositivos de funcionários desses governos, ou de servidores civis e militares.

A volta por cima, com condições

Porém, no domingo (19), a plataforma iniciou a recuperação de seus serviços após Donald Trump, presidente eleito nos Estados Unidos, anunciar que suspenderá a lei que baniu o aplicativo no país. Em seu perfil na Truth Social, Trump disse ter pedido às empresas que não deixem o TikTok ficar no escuro.

“Emitirei uma ordem executiva na segunda-feira para estender o período de tempo antes que as proibições da lei entrem em vigor, para que possamos fazer um acordo para proteger nossa segurança nacional. A ordem também confirma que não haverá responsabilidade para nenhuma empresa que ajudou a impedir que o TikTok ficasse no escuro antes da minha ordem”, publicou Trump.

Além disso, ele sugeriu que os Estados Unidos tivessem uma posição de propriedade de 50% em uma joint venture. “Portanto, meu pensamento inicial é uma joint venture entre os proprietários atuais e/ou novos proprietários, por meio da qual os EUA obtêm uma propriedade de 50% em uma joint venture estabelecida entre os EUA e qualquer compra que escolhermos”, dizia a postagem de Trump.

O que disse o TikTok?

No dia 18, em nota, o TikTok pontuou que a empresa compartilha abertamente os esforços de proteção da plataforma. “Com o tempo, aumentamos os relatórios que publicamos voluntariamente, a profundidade dos dados que divulgamos e a frequência com que publicamos. Também trabalhamos para tornar mais fácil para as pessoas estudarem nossos dados e plataforma de forma independente. Continuamos a desenvolver nosso compromisso com a transparência com novos relatórios e recursos”.

A nota revelava ainda que, entre julho e setembro, mais de 147 milhões de vídeos foram excluídos por violarem as políticas de privacidade. No mesmo período, foram fechadas mais de 12 milhões de transmissões ao vivo, retirados mais de 1,3 bilhão de comentários, além de 214 milhões de contas banidas. “Em 2024, até agora, removemos mais de 500 milhões de vídeos por violar nossas políticas e gastamos mais de US$ 2 bilhões em confiança e segurança. Investiremos mais US$ 2 bilhões no próximo ano para ajudar a manter o TikTok seguro”, dizia o comunicado.

Novos pretendentes

Com o banimento do TikTok nos EUA, vários aplicativos podem surgir como substitutos populares para os usuários que buscam uma experiência semelhante. O mais popular deles é o RedNote, conhecido na China como Xiaohongshu, que ganhou popularidade nos Estados Unidos, especialmente após a proibição do TikTok. Lançado em 2013, o aplicativo permite que os usuários compartilhem vídeos curtos, fotos e textos, além de oferecer funções de transmissão ao vivo e compras dentro da plataforma.

Originalmente popular entre jovens chineses, especialmente mulheres, o RedNote se destaca por seu foco em interesses pessoais dos usuários, como moda, beleza, viagens e gastronomia, em vez de promover influenciadores. Com a migração de usuários do TikTok, o aplicativo tornou-se o mais baixado nos Estados Unidos, registrando um aumento significativo de novos usuários americanos.

No entanto, é importante notar que o RedNote está sujeito à censura das autoridades chinesas, o que pode afetar a experiência dos usuários, especialmente em relação a conteúdos políticos ou sensíveis. Além disso, a interface do aplicativo é predominantemente em mandarim, o que pode representar um desafio para falantes de outros idiomas.

Em resumo, o RedNote oferece uma alternativa ao TikTok, com foco em conteúdos de estilo de vida e interesses pessoais. No entanto, os usuários devem estar cientes das limitações relacionadas à censura e barreiras linguísticas ao considerar o uso do aplicativo.

Além deles, existem outras opções, como o Reels do Instagram, que permite criar e compartilhar vídeos curtos com recursos criativos como filtros, trilhas sonoras e ferramentas de edição. Ou, o Shorts, do YouTube. A Plataforma de vídeos curtos conta com uma vasta biblioteca de músicas e ferramentas de edição. Além disso, oferece visibilidade para criadores com integração ao YouTube tradicional.

Essas plataformas podem atrair tanto criadores quanto espectadores do TikTok, embora cada uma tenha características e públicos diferentes. A escolha do aplicativo ideal dependerá das necessidades específicas de cada usuário.

*Foto: JarTee / Shutterstock.com

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