De acordo com a pesquisa New Realities: Into The Metaverse and Beyond, da Wunderman Thompson, 82% dos consumidores globais pensam que a indústria das finanças será impactada pelo metaverso. Além disso, as principais instituições estão prevendo que esse fenômeno terá uma força econômica significativa sob o setor de bancos no geral. Prova disso é que Goldman Sachs e Morgan Stanley chamaram o metaverso de uma oportunidade de mercado de US$ 8 trilhões.
Já em fevereiro de 2022, o relatório da JPMorgan rotulou o metaverso como mola propulsora de oportunidades anuais, citando fatores, como o crescente mercado imobiliário virtual – que poderia eventualmente incluir a gestão de crédito, hipotecas e contratos de aluguel para propriedades virtuais, a publicidade no metaverso e a economia dos bens virtuais, que podem gerar US$ 54 bilhões em receita anual. Consonante a isso, a análise do Citi de abril prevê que a economia do metaverso pode crescer para US$ 13 trilhões até 2030.
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Bancos e regulamentação de moedas digitais
Os principais atores financeiros e políticos estão tomando medidas para adotar a economia digital: a Bolsa de Valores de Nova York está se preparando para as NFTs e para negociar criptomoedas. Eric Adams, prefeito da cidade, anunciou, quando foi eleito, em novembro de 2021, que levaria seus três primeiros contracheques em bitcoin, seguindo a promessa do prefeito de Miami, Francis Suarez.
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Em março de 2022, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou uma ordem executiva para explorar o dólar digital. No mesmo mês, o Banco da Inglaterra anunciou um projeto de pesquisa de um ano em colaboração com o MIT Media Lab’s Digital.
Em fevereiro, a Índia anunciou planos para lançar uma rúpia digital em 2022-2023. A China está atualmente testando um yuan digital visando o uso público e em massa. Com esse foco crescente na metaeconomia, ao lado de movimentos para legitimar e regular criptomoedas, marcas e instituições financeiras estão se preparando para um futuro de economias digitais.
Por isso, o estudo da Wunderman Thompson elenca os três principais bancos que estão investindo no metaverso:
1.HSBC
Em março de 2022, o HSBC, sétimo maior banco do mundo, anunciou que entrará no metaverso em parceria com a The Sandbox. A empresa pretende se envolver e se conectar com esportistas, entusiastas de e-sports e jogos no geral.
“O metaverso é como as pessoas vão experimentar a Web 3.0, a próxima geração da internet – usando tecnologias como realidade aumentada, realidade virtual e realidade estendida. Nós vemos grande potencial para criar novas experiências em plataformas emergentes”, diz Suresh Balaji, chefe de marketing do HSBC para a Ásia.
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2.JP Morgan
Em fevereiro de 2022, o JPMorgan venceu a corrida para se tornar o primeiro banco do metaverso. A instituição abriu seu onyx virtual lounge em Decentraland para se preparar para a metaeconomia.
“Acreditamos que o cenário de jogos virtuais (cada mundo virtual com sua própria população, PIB, moeda do jogo e ativos digitais) tem elementos em paralelo com a economia global existente”, diz a companhia.
“É onde nossas competências essenciais de longa data em pagamentos de fronteira, câmbio, ativos financeiros, criação, negociação e custódia, além de nosso consumidor em escala, pode desempenhar um papel importante no metaverso”, esclarece.
3.Siam Commercial Bank
SCB 10X, o braço de risco do principal banco tailandês Siam Commercial Bank, anunciado em março de 2022, lançará sua sede virtual no The Sandbox. O espaço será usado para mostrar produtos e serviços do banco, realizar eventos virtuais e oferecer espaço de trabalho compartilhado.
“Tecnologias financeiras do futuro, como blockchain, ativo digital, finanças descentralizadas e o metaverso, são áreas de interesse para nós”, diz Arak Sutivong, CEO da SCB 10X. “Acreditamos que o metaverso terá um papel importante, permitindo criações infinitas em um mundo digital enquanto molda novas fronteiras para a economia do futuro”, pontua.
À medida que o comércio entra no metaverso, os bancos começam a seguir o exemplo. As instituições financeiras abrem espaço para o banco virtual – tornando o metaverso um balcão único para e-commerce e, talvez, marcando a próxima evolução no neobanking.
Pagamento virtual em alta
As empresas que lançam serviços de pagamento virtual não ficam para trás quando o assunto é digitalização e tendências tecnológicas, sendo American Express, Stripe e Off-White as companhias com esse debate em estágio mais avançado.
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American Express
A AmEx está explorando a possibilidade de trazer seus pagamentos e serviços para o mundo virtual. A empresa financeira está considerando fornecer pagamentos com cartão, caixa eletrônico, serviços bancários e detecção de fraudes para clientes no metaverso.
Matt Sueoka, o novo chefe global de AmEx Ventures, disse à Fortune que vê a Web 3.0 como uma oportunidade única em uma geração com potencial de recomposição da infraestrutura.
Stripe
Em março de 2022, a gigante de pagamentos Stripe lançou um novo conjunto de produtos para apoiar negócios de criptografia e pagamentos, incluindo trocas de criptomoedas, carteiras digitais e mercado NFT. Seus clientes já incluem Blockchain.com, Nifty Gateway, Just Mineration e a FTX, avaliada em US$ 32 bilhões.
Off-White
A grife de moda de luxo contemporânea Off-White começou a aceitar criptomoedas para a compra de bens físicos em Paris, Londres e Milão. Com esta nova opção de pagamento, a marca de propriedade da LVMH permitirá que os compradores negociem bitcoin, ethereum, binance coin, ripple e as stablecoins tether e USD coin em troca de produtos.
Para garantir preços estáveis e negar flutuações de criptomoedas, a Off-White usará um terminal POS (ponto de venda) especializado, que encontra a melhor taxa de câmbio para criptomoeda no momento da transação e é compatível com várias carteiras criptográficas.
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“O surgimento da Web 3.0 e a ascensão do comércio virtual podem trazer um novo paradigma para pagamentos no metaverso. Serviços e produtos estão surgindo para simplificar os pagamentos virtuais. Este poderia ser o primeiro indício de uma nova infraestrutura financeira nativa?”, questiona o levantamento da Wunderman Thompson.
Os três principais projetos de criptoalfabetização
Por fim, de nada adianta a tecnologia, os bancos e as ferramentas evoluírem se as pessoas e iniciativas não acompanharem lado a lado. Dessa forma, já existem alguns projetos de grandes players do mercado e instituições governamentais nesse sentido:
MasterCard
Em fevereiro de 2022, a Mastercard expandiu sua consultoria para cobrir criptomoedas, NFTs e banca aberta. Os novos serviços irão ajudar bancos e diversas empresas a adotar ativos digitais, abordar a avaliação de risco para moedas digitais e NFTs, e aconselhar sobre o desenvolvimento de carteiras digitais, cartões de crédito criptográficos e programas de fidelidade de criptomoedas.
“Esta evolução da consultoria é um reconhecimento do mundo, que está mudando. Vamos ajudar os clientes a enfrentar os desafios de hoje e a antecipar o que vem a seguir”, diz Raj Seshadri, presidente de dados e serviços da Mastercard.
US Treasury
O Tesouro dos Estados Unidos lançou um programa para educar os públicos sobre criptomoedas. Nellie Liang, subsecretário para assuntos domésticos e finanças, disse que o objetivo é conscientizar o ativo digital à medida que se move para o mainstream do sistema financeiro.
A Comissão de Educação em Alfabetização Financeira irá criar materiais educativos e organizar campanhas para informar as pessoas sobre como os ativos criptográficos funcionam e como se diferem de outras formas de pagamento.
“Estamos ouvindo cada vez mais sobre investidores e famílias que estão comprando criptoativos e reconhecemos a complexidade de como alguns desses ativos operam”, disse Nellie Liang. “Parece que esta é uma área em que mais educação e conscientização podem ser úteis”, coloca.
Visa
A Visa lançou uma consultoria especializada em criptomoedas para comerciantes em dezembro de 2021. O novo serviço é destinado a fintechs ávidas para atrair ou reter clientes, varejistas que buscam se aprofundar em NFTs e bancos centrais que desejam explorar moedas digitais.
“Cripto para nós é uma enorme nova vertical e oportunidade de crescimento. Continuaremos a focar em crescer este negócio daqui para frente”, comentou Nikola Plecas, líder europeu de criptomoedas da Visa, à CNBC.
Há uma grande lacuna na educação criptográfica que as principais instituições financeiras estão trabalhando para preencher. Enquanto a grande maioria dos consumidores globais (78%) relata ter alguma consciência sobre criptomoeda, apenas 15% dizem que sabem o que é e podem explicar para outra pessoa.
O futuro das economias digitais depende não apenas da adoção, mas também na educação, tanto para os consumidores, como para as marcas.
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