Após anunciar um prejuízo de mais de U$ 1 bilhão acumulados em 2015, a marca de cosméticos Avon anuncia reestruturação do negócio. O plano é de três anos e prevê, dentre outras ações, o fechamento de 2.500 postos de trabalho em todo o mundo.
“Hoje, nós estamos dando mais um importante passo para execução do plano de transformação da Avon. Com a recente realização da venda do negócio na América do Norte, nossas operações comerciais estão agora totalmente fora dos Estados Unidos, nos permitindo pensar dramaticamente no nosso modelo de operação”, disse, em nota, a CEO da companhia, Sheri McCoy.
“As ações que estamos tomando hoje trará nossa empresa e nosso negócio mais perto, o que aumentará a efetividade, eficiência e trará economia de custos”, disse.
A Avon North America, operação da marca na América do Norte, estava apresentando problemas há muito tempo, apresentando tanto queda nas vendas como recuo no número de revendedoras.
No plano, a Avon reduzirá a infraestrutura e mudará a sede da empresa para o Reino Unido, onde a empresa tem operações comerciais significativas. Com isso, a empresa cortará 2.500 posições em todo o mundo – o que a ajudará a economizar em torno de US$ 60 milhões no primeiro trimestre deste ano.
Neste plano, ainda, a empresa pretende cortar em torno de US$ 350 milhões – que serão revertidos em investimento em marca, em engajamento e ações no digital. Somente em custos, a empresa quer cortar em torno de US$ 150 milhões. Com a estrutura de supply chain, a companhia quer reduzir em torno de US$ 200 milhões.
De olho nos millenials e nas novas consumidoras de beleza, a empresa reforçará as estratégias de vendas com ferramentas digitais.
A empresa decidiu também redefinir o portfólio, focando em itens de beleza, que trazem mais retorno. O foco será nas 40 marcas que representam 80% do negócio. A empresa também quer fomentar a fidelidade dos representantes, com programa de fidelidade e incentivo para aumentar a produtividade da marca.
Neste plano, o Brasil é considerado mercado-chave para a companhia no médio e longo prazo. A empresa não ignora o momento de instabilidade política e econômica do País, mas constatou que as vendas diretas são importante canal no mercado brasileiro, sem contar o tamanho do setor de beleza e cosméticos. Por aqui, as 1,5 milhão de representantes emitiram 28 milhões de pedidos.
Não à toa, a companhia investirá pesado em marca e produtos de beleza, bem como quer aumentar o número de representantes e das vendas feitas com meios digitais.
Para aplicar o plano a empresa contará com o apoio da Cerberus Capital Management, que investiu US$ 435 milhões no negócio e detém 16,6% do negócio, e agora detém 80% da Avon North America.