Uma pesquisa realizada com mais de 4 mil pessoas globalmente revelou insights significativos sobre a interação entre colaboradores e tecnologia no ambiente de trabalho. A primeira constatação é uma desconexão entre as expectativas da empresa e as do colaborador. Isso ocorre porque as empresas fornecem plataformas que, em teoria, deveriam facilitar o trabalho e aumentar a produtividade. No entanto, muitas vezes, elas são introduzidas sem um devido treinamento sobre sua utilidade e forma de uso. É o que aponta uma análise da pesquisa realizada pela Monday.
“Chegamos à conclusão em relação à questão da produtividade, de que o colaborador tem a expectativa de simplificar e consolidar as plataformas tecnológicas, e acreditam que esta deveria ser uma prioridade organizacional”, explica Brunno Santos, diretor da Monday.com no Brasil.
Em média, os colaboradores utilizam 10,5 plataformas tecnológicas, variando desde mensageiros, e-mails até ferramentas de organização e atribuição de tarefas, seja em dispositivos móveis, online ou por meio de softwares. No Brasil, esse percentual é ainda mais alto, chegando a 92%.
Ferramentas devem estar à serviço do colaborador e do trabalho
Durante a pandemia, muitas empresas introduziram várias plataformas sem preparação adequada. Os colaboradores migraram de um cenário onde utilizavam poucas tecnologias para um onde são inundados por elas. Esse excesso, em vez de otimizar a produtividade, muitas vezes burocratiza e complica a jornada de trabalho.
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“A grande maioria das plataformas tecnológicas trabalham em nichos específicos, sem focar em trazer uma boa experiência ao colaborador. Isso cria o que chamamos de retrabalho. E aí vem a importância da automação, desde que seja abrangente e focada nas tarefas operacionais, para que o colaborador gaste energia no que, de fato, requer capacidade cognitiva”, avalia Santos.
A pesquisa também destaca a correlação entre automação, produtividade e bem-estar, especialmente para os ‘knowledge workers’, ou seja, aqueles que trabalham em ambientes de escritório e estão capacitados para tomada de decisões. “O colaborador que consegue automatizar tem um senso de pertencimento maior, e vai ser muito mais feliz”, ressalta o executivo.
A mudança cultural necessária para a adoção efetiva de uma tecnologia começa pela liderança, que deve ver essa implementação como fundamental. É crucial garantir que o colaborador esteja capacitado para usufruir dessa tecnologia, compreendendo como a automação pode beneficiar sua rotina diária.
“É um diferencial para o sucesso de implementação, a empresa utilizar a automação nas áreas com maior necessidade, como nas tarefas operacionais. Mas aprofundar-se em automação requer uma abordagem consultiva, um entendimento amplo para que o colaborador a utilize corretamente”, pondera.
A automação, quando bem aplicada, proporciona agilidade organizacional, facilita a execução de tarefas e permite uma avaliação eficaz do sucesso, identificando possíveis falhas. “A automação é extremamente importante nesse sentido, de aliviar o colaborador da carga operacional para que ele possa focar no que realmente importa: a estratégia”, adverte Brunno Santos.
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A mudança de mindset e a produtividade na prática
É o caso da Deezer, plataforma de streaming de áudio, à medida que cresciam, os projetos se tornavam cada vez mais complexos, e, como resultado, cada vez mais difíceis de gerenciar. “Quanto mais componentes um projeto tivesse, mais tempo levava para encontrarmos as informações certas nas planilhas que estávamos usando”, afirma Yoav Banai, vice-presidente de engajamento com o cliente da companhia.
Yoav aponta que esses projetos nem sempre tinham a visibilidade necessária para entregar resultados de forma eficiente. Segundo ele, não estava claro quem sabia o quê e quando as coisas tinham sido ou seriam atualizadas, o que aumentava o tempo para entender o status das várias etapas de um projeto. E ainda, as equipes não estavam colaborando com a maior eficiência possível.
“Eu sabia que tínhamos que encontrar uma maneira de garantir que a tecnologia funcionasse para nós, e não o contrário”, diz Banai.
Com a unificação, a Deezer percebeu observou cinco benefícios:
1. Maior transparência
2. Uma área de trabalho central onde é possível encontrar tudo facilmente
3. Melhoria significativa na colaboração
4. Eliminação de tarefas mais simples
5. Aumento da eficiência
“Ter um fluxo para equipes de desenvolvimento de negócios os ajudou a centralizar o trabalho com equipes de suporte, como finanças, jurídico e relações com gravadoras. Também nos ajudou a priorizar e analisar o trabalho globalmente e em um só lugar, em vez de focar em cada região separadamente. Portanto, nosso tempo até a publicação de novos acordos melhorou”, detalha Yoav Banai.
Como está o Brasil nesse cenário?
O relatório da Monday mostra que o mercado brasileiro está massivamente adotando a automação, acelerado pelo contexto pandêmico. Contudo, muitas vezes a tecnologia não foi implementada eficientemente, faltando capacitação ao colaborador, o que compromete sua aplicação eficaz.
“Percebemos uma melhora da maturidade neste cenário, porém, ainda não há uma consolidação clara de plataformas para que a automação seja plenamente aplicável ao colaborador”.
Bruno sugere que o próximo passo nessa evolução tecnológica é o conceito de work UX e low code, permitindo a customização de plataformas sem a necessidade de expertise técnica. A capacitação do colaborador é vital, variando de acordo com a tecnologia e a cultura organizacional. “Em média, em plataformas no code, a implementação e automatização podem levar de 1 a 3 meses”.
Atualmente, o Brasil ocupa a sétima posição em importância na atuação da Monday, com mais de 7 mil empresas no portfólio. “O brasileiro tem uma inclinação natural para lidar com plataformas intuitivas e redes sociais. Esse traço cultural é um dos motivos para uma adoção tão robusta no país”, finaliza.
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