A partir dessa semana, o consumidor que comprar gás de cozinha pagará mais caro. A justificativa para a alta se dá por causa do reajuste no salário dos funcionários de distribuidoras e revendedoras do botijão. Importante destacar que, no mês de setembro, como acontece todos os anos, é realizada a revisão anual dos preços de venda do GLP (gás liquefeito de petróleo).
Na Bahia, por exemplo, a Companhia de Gás (Bahiagás) aprovou um acréscimo de R$ 7 no preço atual do GLP cobrado pelas revendedoras. Já na Paraíba, a expectativa é que o aumento ultrapasse os R$ 9. Portanto, em todo o Brasil, a correção de valores ultrapassará a casa de R$ 6.
Este aumento representa um desafio adicional para as famílias, especialmente aquelas que já enfrentam dificuldades financeiras. As distribuidoras argumentam que a medida é necessária para garantir a sustentabilidade dos serviços, visando manter a qualidade e a continuidade na entrega do gás. Contudo, é importante que os consumidores se preparem para essa alteração nos preços e busquem alternativas que possam mitigar o impacto financeiro.
Além disso, é válido lembrar que o preço do gás de cozinha é influenciado por diversos fatores, incluindo a cotação internacional do petróleo e os custos logísticos. Assim, a variação de preço pode ser uma constante na rotina dos consumidores.
Os consumidores devem estar cientes de que essa alta pode impactar não apenas o custo do botijão, mas também o preço de alimentos e produtos que utilizam esse combustível para produção.
Menos fumaça, mais saúde
O Executivo Nacional está prestes a editar um decreto que criará a Política Nacional de Energia Limpa na Cozinha. Em suma, o programa lançará o Cozinha Mais Verde. O principal objetivo é eliminar o uso de lenha nas cozinhas brasileiras, um importante indicador de pobreza energética.
O Ministério de Minas e Energia (MME) está em articulação com outras pastas para ampliar o acesso ao gás de cozinha, além de avaliar diferentes tecnologias de cocção, respeitando as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A ideia é colocar em prática que menos fumaça é sinônimo de mais saúde. Além disso, estão sendo consideradas formas de melhorar a infraestrutura de distribuição de gás, com o intuito de garantir que as regiões mais remotas tenham acesso ao recurso de maneira confiável e segura.
Inclusive, no dia 27 de agosto, o governo enviou à Câmara dos Deputados a proposta do programa Gás para Todos, que irá substituir o Auxílio Gás. Com recursos financiados pelo Fundo Social, oriundos da produção de petróleo, o governo irá cobrir a aquisição de botijões de GLP para famílias em situação de vulnerabilidade.
Gás de cozinha para todos
Hoje, o Auxílio Gás consiste em um pagamento em dinheiro. Ele é destinado a aproximadamente 5 milhões de famílias, pago a cada dois meses, calculado com base no valor de um botijão de 13 kg. Por outro lado, o programa Gás para Todos será implementado por meio de um aplicativo da Caixa Econômica Federal, utilizado no momento da compra. A meta é beneficiar 20 milhões de famílias até o final de 2025.
Desde o ano passado, os preços do GLP se mantêm praticamente estáveis, após a alta significativa nos anos anteriores. Devido à desvalorização do real, um botijão que custava entre R$ 60 e R$ 70 chegou a dobrar de preço durante a pandemia. Atualmente, o produto está em média custando pouco mais de R$ 100 no país.
Conforme aponta o MME, além do acesso ao GLP, a Política Nacional de Energia Limpa na Cozinha busca implementar medidas para a inclusão de equipamentos públicos voltados à segurança alimentar e nutricional. A proposta também sugere dar prioridade aos estados e regiões do país que estejam em situações de maior vulnerabilidade em relação à cocção limpa.
Pobreza energética
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que os lares afetados pela pobreza energética recorrem a lenha, carvão e querosene para cozinhar, aquecer e iluminar. A exposição aos poluentes gerados por esses combustíveis representa riscos à saúde. Isso porque a inalação da fumaça é um fator de predisposição a doenças pulmonares, cardíacas, câncer, pneumonia e acidente vascular cerebral (AVC).
Mulheres e crianças enfrentam os maiores riscos de exposição aos poluentes devido ao tempo prolongado que as mulheres passam em casa e à presença de crianças durante as atividades domésticas, incluindo o preparo das refeições.
Como participar do Gás para Todos?
O interessado em participar do programa deve estar cadastrado no Cadastro Único para programas sociais do governo. Portanto, a pessoa deve ter renda mensal de até meio salário-mínimo por pessoa, ou seja, R$ 706.
O beneficiário precisará baixar um aplicativo da Caixa Econômica Federal e apresentá-lo ao revendedor de gás de cozinha que esteja cadastrado no programa junto à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A proposta do governo é separar o Gás para Todos do Bolsa Família. Atualmente, os benefícios são pagos em conjunto, mas nem todas as famílias utilizam o valor para adquirir o botijão.