Você já deve ter ouvido falar que o marketing era o coração do negócio. Pode ser que também já tenha ouvido falar sobre ele ter se tornado um mal. Mas será que um novo propósito, uma boa causa podem salvá-lo?
?Existe uma transformação muito grande no marketing. Vivemos em um cenário de pressão por resultado muito forte. Como lidar com isso, por parte de cliente e acionista??, questiona Regina Augusto, presidente da Gume Reputação e Engajamento, durante plenária no Congresso Nacional de Relações Empresa-Cliente – Conarec 2015.
?O sucesso da organização vem em respeito à sua origem de propósito?, conta William Malfatti, diretor de marketing, relações institucionais e relacionamento com clientes do Grupo Fleury. ?Nós temos participação muito importante na vida das pessoas e não nos descolamos dessa causa. Quando recebemos clientes, eles carregam algum tipo de preocupação e precisam sentir, da nossa parte, que quem os atendem estão ali à frente de uma causa com preocupação com as pessoas?.
Ricardo Dutra, diretor de Marketing do UOL, conta que o portal nasceu em 1996 e é um dos poucos da época que resiste bem. ?Prezamos muito a questão de credibilidade, com apartidarismo, transparência, neutralidade e seguindo os princípios do jornalismo. Democratizamos o acesso à internet e, recentemente, lançamos a máquina Moderninha, que é uma inovação nos meios de pagamento?.
O Itaú, de forte posicionamento na mídia, mostra com frequência como trabalha suas causas na comunidade e como o consumidor pode participar das ações. ?Causas não nascem para fazer marketing, senão elas morreriam. Temos consciência de que algumas pessoas pensam que somos um mal necessário?, afirma Andréa Pinotti Cordeiro, diretora de marketing Itaú Unibanco.
?Os jovens de hoje escolhem empresas por questão de valor. É muito fácil você ter bons discursos do que faz e como faz. Mas o propósito ? porque as empresas fazem o que fazem ? isso diferencia a tomada de decisão de quem compra. É uma coisa de relação de alma. As pessoas compram empresas que se identificam?, comenta André Turquetto, diretor de marketing e produtos Alelo.
?Forme times que de fato acreditem no que você acredita. Isso vem do quadro executivo da empresa, senão fica falso, as pessoas não acreditam e, consequentemente, elas não compram. O que se fala é de filosofia de trabalho, crença, propósito. Não adianta ter lucro hoje e ter uma marca perecível, sem vínculo de longo prazo com o consumidor?, afirma André.
?As marcas ainda têm muita dificuldade em lidar com situações negativas, seja delas ou de outros. O digital trouxe bem isso à tona. Não se trata apenas de mindset, mas de ?heartset? também?, finaliza Regina.
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