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Apple? Conheça a origem da tecnologia que deu origem a Siri

Apple? Conheça a origem da tecnologia que deu origem a Siri

A SRI International é uma entidade com fortes laços com a Universidade de Stanford. Em visita ao Brasil, o VP da entidade falou à Consumidor Moderno

Todo mundo conhece a assistente virtual Siri, da Apple, e o seu jeito meigo e até divertido de responder perguntas sobre os mais variados. Não? Experimente perguntar para ela a respeito dos seus gostos carnavalescos. O que nem todo mundo sabe, no entanto, é a origem desse software que se tornou popular com o lançamento do iPhone 4S. Siri era, na verdade, um dos principais produtos da Siri Inc, uma companhia de software que foi comprada pela Apple em 2010. A assistente foi desenvolvida a partir de outro software, uma espécie de avô dela: o Cognitive Assistant that Learns and Organizes, para controle de mísseis. A tecnologia foi desenvolvida pelo Stanford Research Institute (SRI International), uma entidade sem fins lucrativos fundada por professores da famosa universidade americana, em parceria com a Defense Advanced Research Projects Agency, uma agência ligada ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos.

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Responsável por outros avanços que resultaram em bilhões de dólares em vendas para corporações do porte de Google, Microsoft, Samsung, Apple, Ford e Nike, a entidade tem como foco agora ajudar empresas brasileiras a entrarem no mundo das tecnologias emergentes.

Essa é uma das missões de Robert Pearlstein, vice-presidente para negócios corporativos e desenvolvimento internacional da SRI. Em visita ao Brasil, Paulo, o coautor do livro “Built for Global: Navigating International Business and Entering New Markets” falou com a Consumidor Moderno. Confira:

Consumidor Moderno – A SRI International é conhecida como uma entidade que patrocina pesquisas em deep tech. O que significa esse termo?

Robert Pearlstein – Essa é uma expressão comum nos EUA, mas pouco conhecida mundo afora. O mundo tem usado expressões como inovação disruptiva, por exemplo. No entanto, penso que o termo deep tech não está relacionado a uma tecnologia isolada, mas sim a várias inovações. Isso tem a ver com combinação de inteligência artificial a um robô, estabelecendo assim uma nova solução que realmente impacta o mundo. Dentro dessa ideia, podemos citar o caso de robôs inteligentes que realizam cirurgias médicas. Deep tech tem a ver com combinar tecnologias em busca de algo totalmente novo.

Um exemplo de deep tech que vocês mencionam é a internet, que surgiu a partir da Arpanet. Depois surgiu a internet como a conhecemos na década de 1980. Na visão da SRI qual será o terceiro estágio da internet? Seria o blockchain?

Não sei se o blockchain será a nova internet. Essa é uma ideia emergente. A novidade do momento em termos conexões é rede “peer to peer” (ponto a ponto), que tem como principal exemplo o blockchain. Mas eu prefiro pensar de outra maneira. O grande desafio da internet no momento é a questão segurança, que deve ser pensada em larga escala. Todos devem ter essa preocupação e não apenas governos ou empresas.

O que temos hoje é o que americanos chamam de velho oeste selvagem, uma espécie de terra sem lei. Independentemente do tipo de internet que apareça no futuro, penso que o ponto de partida é pensar na segurança. A segurança será a inovação em uma nova rede mundial.

Mas como seria essa internet segura na visão da entidade?

É difícil dizer, mas o próprio blockchain é uma possibilidade. Mas, como eu disse, o blockchain é uma tecnologia recente para ser aplicada. Penso que o caminho para o aprimoramento da internet passa pelo aumento da segurança dentro da internet. Esse pode ser um importante avanço para todos os setores e países como o Brasil. E essa já é uma preocupação dentro do mundo corporativo e em setores como telecomunicações, bancos e outros. No entanto, é importante que as pessoas comuns se preocupem com o tema. Isso fará a diferença.

Como surgiu a Siri?

Essa é uma história muito interessante. Siri, assim como muitas coisas que nós fizemos na SRI, é um projeto feito para o governo dos Estados Unidos. Foi desenvolvido por iniciativa da Darpa e nós lideramos essa pesquisa. A Siri surgiu em 2003 com o nome de Calo (Cognitive Assistant that Learns and Organizes) e foi pensada para o controle de mísseis. Esse foi o maior projeto de Inteligência Artificial patrocinado pelo governo americano. Custou US$ 152 milhões.

Mas como surgiu essa tecnologia?

Essa também é uma história interessante. Nos EUA, havia uma série de TV chamada Mash e que contava o cotidiano de um grupo de militares americanos na Guerra entre as Coreias. Um dos personagens era Walter “Radar” O’Reilly. “Radar” era chamado pelo comandante Sherman Potter para responder diversas perguntas. Era algo “Radar, o que é isso?”, “Radar, o que é aquilo?”, “Radar, eu preciso daquilo”. Basicamente, “Radar” fazia predições. Calo surge a partir dessa ideia. O projeto durou cinco anos e ficou pronto em 2008. A partir daí começamos a imaginar possíveis aplicações para o Calo e uma delas foi inseri-lo em um smartphone. Antes da Apple, nós estivemos com grandes companhias interessadas no sistema, como a Deutsche Telekom (empresa alemã de telecom), Motorola, Verizon e outras.

Mas as conversas não avançaram. Então, uma empresa chamada Siri Inc se interessou pelo Calo e desenvolveu, por conta própria, o assistente virtual. Em 2010, Steve Jobs comprou a Siri. E a continuação dessa história é a que todo mundo já sabe.

Esses assistentes virtuais são interessantes, mas há quem diga que eles ainda não são tão usuais no cotidiano das pessoas. A tecnologia não alcançou a maturidade?

Nós já temos aplicações de inteligência artificial (IA) com algum sucesso em anúncios. Quando ela estiver disponível em outras aplicações, tais como carros, nós veremos o potencial dessa tecnologia. A Siri foi o maior exemplo da primeira geração desse tipo de ferramenta. Agora, vemos assistentes como Alexa, da Amazon, Cortana, da Microsoft, todas elas bem similares e focadas em responder perguntas. Penso que o próximo estágio será a combinação de IA, deep learning com voz e realidade aumentada. Nós poderemos ver essas aplicações em breve em áreas como a construção civil, por exemplo.

Embora seja um investidor nessa área, Elon Musk já se mostrou preocupado com o desenvolvimento da IA. O senhor concorda com ele?

Não. A inteligência artificial terá um impacto positivo para a sociedade. Não tenho dúvidas quanto a isso. A questão é que depende a aplicação que faremos dessa tecnologia. Andrew Ng, que é um famoso professor da Universidade Stanford, acredita que a IA é a nova eletricidade. Por quê? Porque a IA será tão onipresente quanto à eletricidade, pois ela estará em todo o lugar. Ela vai estar no seu carro, na sua casa, em qualquer coisa.

A propósito, há especialistas em tecnologias que afirmam que a expressão internet das coisas ou IoT deveria mudar para internet de tudo ou internet de qualquer lugar. O que senhor acha disso?

Eu acredito 100% nisso. Para que isso aconteça, no entanto, precisamos avançar no debate sobre essa internet de tudo. Hoje, temos sensores cada vez mais baratos, computadores com processamento cada vez mais potente e tudo isso com preços inferiores aos praticados no passado. O nosso desafio é organizar esses dados para que eles produzam coisas incríveis.

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