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Ana Fontes: “Inovação surge de pensamentos diversos e de ambientes onde há conflitos construtivos”

Ana Fontes: “Inovação surge de pensamentos diversos e de ambientes onde há conflitos construtivos”

A diversidade está moldando o consumo e empresas que abraçarem isso ganham o mercado, contribuindo para a inovação e um mundo melhor.

Quem se preocupa com inovação, também está preocupado com questões ambientais, sociais e de governança. Em outras palavras, inovação é mais que tendência; é algo que leva alguém a seguir um determinado caminho ou a agir de certa forma; e que cria diferencial competitivo. Quem assim pensa demonstra maior transparência e responsabilidade. O que, por consequência, atrai consumidores que priorizam marcas éticas e conscientes em suas decisões de compra. E mais: quem pensa no ambiente e no social se protege de multas e ações judiciais.

A afirmação é de Ana Fontes, empreendedora social, fundadora da Rede Mulher Empreendedora (RME) e do Instituto RME. Ana também é presidente do W20, grupo de engajamento do G20 que atua para melhorar a condição das mulheres no mundo. Para ela, a inovação não surge apenas de boas ideias, mas de um caldeirão de pensamentos diversos.

As declarações de Ana Fontes foram dadas em uma palestra no 1º Congresso da Associação Brasileira de Planos Odontológicos (SINOG). O evento já é famoso no segmento odontológico, visto que, antes, durante 19 edições, o Simpósio de Planos Odontológicos (SIMPLO), já vinha se destacando em toda a América Latina pela sua importância, representatividade e tamanho.

Desafios e oportunidades

“Todas as pessoas estão mergulhadas em um universo repleto de desafios e oportunidades. Um dos tópicos mais quentes da atualidade é a mitigação das mudanças climáticas. É impressionante como, apesar de tantas evidências, ainda lutamos para entender a gravidade desse fenômeno. Precisamos, urgentemente, colocar as mudanças climáticas em pauta e trabalhar juntos para evitar emergências que podem nos afetar drasticamente”, comentou Ana Fontes, que também atua como vice-presidente do Conselho do Pacto Global da ONU no Brasil.

Nesse sentido, a palestrante ressaltou a relevância da transição energética para o desenvolvimento sustentável. Em seu parecer, a transição para fontes de energia renováveis não é apenas uma necessidade ambiental, mas uma oportunidade econômica significativa. “Segundo Ana, o “O investimento em tecnologias limpas pode gerar novos empregos e fomentar o crescimento de indústrias inovadoras”.

Práticas de gestão

Em sua visão, as empresas devem considerar que a transição energética não se limita apenas ao uso de fontes de energia renováveis, mas também envolve uma revisão abrangente das práticas operacionais e de gestão em todos os níveis. Portanto, a implementação de sistemas de gestão ambiental, a reciclagem de materiais e o uso consciente de recursos são medidas essenciais para a transformação do setor.

Outro aspecto a se considerar, na visão da especialista, que é professora do programa Empreendedorismo em Ação do Insper e da PUC-RS, é a economia circular. “Eu compartilhei um fato curioso nas minhas redes sociais, ao pesquisar sobre um hotel em Belém (PA). A simulação no aplicativo Booking.com indicava que uma estadia de 10 dias custaria 3 milhões e 200 mil reais. Parece um valor exagerado, não é? Mas isso se deve à alta demanda e à escassez de espaço. E, certamente, todos aqui que têm experiência em governança sabem que a demanda é um reflexo da nossa realidade.”

Ela então disse que a gestão eficiente dos recursos é, portanto, uma questão central em diversos setores, especialmente quando se fala de turismo e hospitalidade. A economia circular, que se baseia em maximizar o uso de produtos e minimizar desperdícios, pode ser uma solução viável para mitigar os impactos dessa demanda crescente.

Inclusão e diversidade no consumo

Dando continuidade à atividade, Ana Fontes enfatizou a importância de se promover a inclusão e diversidade nos ambientes corporativos. O resultado será, certamente, um impacto positivo nas estratégias de mercado. Ou seja, ao adotar uma abordagem inclusiva, as empresas conseguem atender a uma clientela mais ampla e diversificada, refletindo as reais necessidades e aspirações da sociedade. Isso não apenas melhora a fidelização dos clientes, mas também enriquece a cultura organizacional, trazendo diferentes perspectivas que impulsionam a inovação.

“Devemos ter em mente que os principais consumidores dos nossos produtos e serviços são, majoritariamente, brasileiros. E o Brasil tem 51% de sua população composta por mulheres e 56% são pessoas negras, que inclui pretos e pardos. Portanto, olhar para a diversidade e inclusão é também considerar a economia e o impacto que isso pode ter em nossas empresas e organizações”, salientou Ana Fontes.

Diversidade e inovação

Ademais, a diversidade e a inclusão têm outra dimensão, além da justiça social e da econômica: a inovação. “A inovação, como vocês devem imaginar, surge de pensamentos diversos e de ambientes onde há conflitos construtivos. Como podemos ter um ambiente de conflitos construtivos se todos são exatamente iguais, com as mesmas origens e histórias? A probabilidade de confrontos de ideias é muito menor. Para nossas empresas, refletir sobre isso é essencial no dia a dia. Assim, precisamos promover um ambiente diverso e coeso para enriquecer nossas decisões de negócios”, aconselha a especialista.

Nessa mesma linha de pensamento, Marília Raulino, CEO da Dental Center, comentou a importância das empresas reavaliarem suas operações à luz da sustentabilidade e da diversidade.

Marília Raulino, CEO da Dental Center, destacou como as empresas devem reavaliar suas operações para um crescimento sustentável.

Marília Raulino então comentou que a Dental Center lançou um programa para engajar fornecedores, dentistas e parceiros comerciais. “O programa apresenta um Código de Conduta e um Diagnóstico para avaliar e desenvolver as empresas parceiras nesse aspecto”.

No programa, é avaliado o nível de maturidade das empresas parceiras. A Dental Center oferece um plano de desenvolvimento para que todas possam avançar nessa jornada. O benefício disso para o setor de odontologia é significativo, pois promove uma cultura de excelência e ética nas práticas comerciais. Com um Código de Conduta e Diagnóstico claros as empresas parceiras são incentivadas a adotar padrões elevados de qualidade e responsabilidade, fundamentais para a confiança entre os profissionais da área e seus clientes.

O Painel também contou com a mediação de Vicente Lapenta, diretor de Produtos e Precificação da Porto Saúde.I

*Crédito da foto: Julia Rua Foto e Vídeo.

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