A Amazon promete dar um passo a mais em seu projeto de aperfeiçoar a Alexa e, de quebra, contribuir com a medicina. Isso porque a gigante varejista – avaliada em 315,5 bilhões de dólares – pretende implementar no seu assistente virtual um dispositivo capaz de identificar os primeiros sinais de um infarto através do som da respiração.
A funcionalidade foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que fizeram os primeiros testes com ligações recebidas do sistema de emergência de Seattle. O objetivo é que a Alexa possa identificar a chamada respiração agonal, que antecede um infarto e deixa a pessoa ofegante e com suspiros irregulares.
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“É uma espécie de ruído gutural, e sua singularidade faz dele um bom biomarcador de áudio para identificar se alguém está sofrendo uma parada cardíaca”, explicou Jacob Sunshine, professor assistente de anestesiologia e medicina da dor da Universidade de Washington, em entrevista ao site Bloomberg.
Os primeiros testes com amostras reais, extraídas de contatos telefônicos feitos entre 2009 e 2017, tiveram 97% de acerto. Para desenvolver a tecnologia , pesquisadores utilizaram técnicas de machine learning e criaram um sistema dividido entre horas de gravações de respirações sem anormalidade e de pessoas prestes a terem um infarto.
“Não queremos alertar serviços de emergência ou entes queridos desnecessariamente, por isso é importante reduzir nossa taxa de falsos positivos”, disse o autor do estudo, Justin Chain, que revelou que ainda serão feitos novos testes para garantir o sucesso do dispositivo e evitar possíveis erros.
A novidade da Amazon é apenas mais uma entre as muitas tecnologias adicionais que estão sendo desenvolvidas para a Alexia. Recentemente, especulou-se a possibilidade do assistente estar associado a um gadget de pulso ativado por voz e capaz de reconhecer as emoções humanas.
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De acordo com informações do site Bloomberg, que teve acesso aos documentos do projeto, o dispositivo está sendo criado em parceria com a Lab126 – grupo responsável pelo hardware do telefone Fire da Amazon e do alto-falante inteligente Echo, e pela equipe do software de voz do Alexa.
A ideia é que ele funcione como uma ferramenta de saúde e bem-estar no formato de aplicativo inteligente. Com a tecnologia, será possível identificar o estado emocional do usuário pelo tom de sua voz e, desta forma, aconselhá-lo, por exemplo, sobre a melhor forma de interagir com os outros. Até o momento a Amazon ainda não confirmou oficialmente sobre o projeto, que tem o codinome de Dylan e estaria em fases de testes.
ENFERMEIRA?
Este ano, a Amazon marcou mais um golaço e anunciou que dispositivos da Alexa seriam instalados em 100 quartos do hospital Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles. O objetivo? Auxiliar em algumas demandas comuns dos pacientes internados, como chamar a enfermeira, pedir medicamentos ou mexer na televisão.
Como de praxe, tudo é feito via comando de voz e após a solicitação a Alexa consegue identificar o profissional mais adequado – seja ele um médico, enfermeiro ou assistente – e enviar um chamado via smartphone. Além disso, ela também funciona com suas habilidades usuais, como pedir informações sobre o tempo ou uma lista de tarefas, por exemplo.
SOBERANA
Levantamento recente da Kantar elencou as 100 empresas mais valiosas do mundo e a Amazon reinou soberana com valor de mercado de 315,5bilhões de dólares. É a primeira vez que uma empresa fora do setor de tecnologia alcança o topo da pesquisa desde 2006 (no ano passado, a Amazon estava na terceira posição).
Na sequência aparecem a Apple (US$ 309,5 bilhões) e o Google (US$ $309 bilhões), ambas com aumento de 3% e 2%, respectivamente (CLIQUE e veja o ranking completo). Este ano, a empresa fundada por Jeff Bezos em 1994 completa 25 anos.