O mercado de cosméticos entrou em ebulição em março com o anúncio da Natura de que estaria negociando a compra da sua concorrente americana Avon. Quase dois meses se passaram sem que o negócio fosse fechado. Alguns aspectos ainda travam as negociações.
Segundo o Estadão, a venda pode ser concretizada a partir de sexta-feira da próxima semana. O que pode estar emperrando a negociação é a forma de financiamento que a Natura vai usar para comprar a concorrente. O banco UBS está assessorando a empresa na tentativa de achar a melhor forma.
O veículo afirma ainda que a UBS ofereceu a possibilidade de financiar a operação. Além dele, os bancos Morgan Stanley, Bradesco, Itaú Unibanco e Santander Brasil estão no páreo.
Ações em queda
Além do esforço dedicado ao financiamento, a Natura enfrenta outro desafio, a desconfiança do mercado. As ações da Natura chegaram a cair quase 8% no dia de anúncio da negociação entre as empresas, em março. Os papéis da Avon, por outro lado, subiram 10%.
A desconfiança vem pelo fato de que a Avon enfrenta uma forte desvalorização pelo mundo nos últimos anos. Seu valor de mercado, que já bateu 20 bilhões de dólares, caiu para cerca de 1,3 bilhões de dólares.
Concorrentes
A Avon é hoje maior que a Natura, apesar da sua crise, mas vem perdendo mercado progressivamente. A empresa norte-americana teve faturamento de 5,4 bilhões de dólares em 2018, queda de 5%. Enquanto a brasileira registrou 13,3 bilhões de dólares, crescimento de 13,5%.