A partir de fevereiro, os anúncios nas redes sociais da Meta não poderão segmentar o público-alvo através de filtros de gênero. A medida é uma tentativa da empresa de Facebook, Instagram e Whatsapp de reduzir o grau de personalização de anúncios voltados para adolescentes, público considerado mais vulnerável à abordagem nas redes sociais.
Os anunciantes também não terão mais acesso às atividades de um adolescente em aplicativos da Meta. Isso significa que as interações nas redes sociais, como páginas e posts curtidos, não irão mais influenciar quais anúncios aparecerão para adolescentes.
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“Reconhecemos que os adolescentes não estão necessariamente tão preparados quanto os adultos para tomar decisões sobre como seus dados online são usados para publicidade, principalmente quando se trata de mostrar produtos disponíveis para compra. Por esse motivo, estamos restringindo ainda mais as opções que os anunciantes têm para alcançar os adolescentes, bem como as informações que usamos para exibir anúncios para adolescentes”, afirmou a empresa em comunicado.
Os únicos dois critérios de personalização de anúncios permitidos para a publicidade voltada para os adolescentes são estratégicos por ajudarem as plataformas a garantirem que esse público veja anúncios feitos de acordo com sua idade e próximos de onde vivem.
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“Acho que todo mundo tem um papel… as empresas de mídia social têm um papel, as famílias têm um papel, os pais têm um papel, os governos têm um papel, os reguladores têm um papel. Este é um espaço onde acho totalmente legítima e normal a atuação dos reguladores”, afirmou Nick Clegg, presidente de Assuntos Globais da Meta.
Restrições aumentam, assim como a pressão sobre a Meta
Até então, estavam proibidas para adolescente publicidade de bebidas alcoólicas, produtos financeiros, e para perda de peso. Além disso, os usuários podem ocultar anúncios ou toda a publicidade de um anunciante específico.
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A Meta já havia alterado a forma como anunciantes podem direcionar publicidade a adolescentes. Os interesses e as atividades desses usuários não podem ser utilizados como critérios para personalização de anúncios.
“As alterações feitas nas formas de segmentação de anúncios respondem à pesquisas, ao feedback de pais e também de especialistas em desenvolvimento infantil, além dos princípios de direito das crianças da Organização das Nações Unidas (ONU) e da regulamentação global na área”, informou o comunicado.
A partir de março, os adolescentes terão mais recursos para gerenciar os tipos de anúncios que veem no Facebook e no Instagram, e poderão acessar suas preferências para controlar ainda mais os tipos de anúncios que veem.
A Meta enfrenta forte pressão para reduzir a intensidade do direcionamento de publicidade aos usuários, modelo bilionário, mas que também tem provocado condenações e multas. Recentemente a empresa multada em US$ 413 milhões em uma longa disputa legal com a União Europeia sobre os limites da publicidade e da gestão de dados de usuários em suas plataformas.
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