Abrir um aplicativo de delivery de comida, outro para pedir aquele item da lista do mercado que esqueceu e mais um para chamar um motorista. Essas ações cada vez mais comuns no dia a dia do brasileiro são exemplos claros de como a economia de plataforma está ganhando espaço na vida do cidadão comum.
Durante o momento de pandemia, com limitação da locomoção e lojas fechadas, muitas empresas encontraram nas plataformas uma maneira de continuar vendendo mesmo sem a presença física de seus fiéis clientes. Benefício para o negócio e para o consumidor.
Aumentando o alcance
A economia de plataforma é um modelo de negócio baseado na criação de um espaço virtual através do qual empresas de um mesmo segmento consigam realizar suas vendas. Ou seja, reúne em um só aplicativo ou site, prestadores de serviço, clientes e fornecedores, possibilitando esse contato facilitado entre eles.
“A economia de plataforma é um modelo de negócio que funciona por meio de tecnologia e pode ser adotado por qualquer empresa em qualquer setor, seja uma indústria ou serviço”, explica Luiz Motta, diretor-presidente da Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia (Amobitec), que representa inúmeras empresas de delivery nesse formato.
Segundo ele, as plataformas amplificam o alcance e as demandas de uma organização. Para citar exemplos práticos, hoje em dia não é preciso saber o nome de um restaurante ou onde ele fica. O cliente pode encontrá-lo a partir de um prato específico. Se não quiser, também não precisa gastar com seu carro próprio para se locomover com conforto. É só chamar um motorista por um aplicativo e assim por diante.
De acordo com Luiz Motta, o investimento das empresas em economia de plataforma impulsionou o modelo ao criar mais concorrência, movimentar o mercado e diversificar opções. Com isso, as plataformas passaram a ser mais atrativas para os consumidores e, hoje, muitas delas são referência na hora do consumo.
Para tudo isso, a tecnologia foi uma grande aliada, já que os serviços foram sendo aprimorados com o tempo, conquistando ainda mais esse usuário e fortalecendo os negócios ali presentes.
Diferenciais da economia de plataforma
Para o diretor-presidente da Amobitec, o principal diferencial desse modelo é ser uma opção mais acessível para as empresas. “Isso porque o negócio não necessita de um espaço físico ou grande número de funcionários para começar a operar. Desta forma, seu potencial de crescimento de rede, com usuários, empresas, motoristas e entregadores, é impressionante”, afirma.
Outro ponto é que o uso da tecnologia e do investimento em inovação está concentrado na plataforma, que fica responsável por fornecer esse local prático e seguro de realizar as transações entre clientes e fornecedores. Com isso, as preocupações com funcionamento e logística de negócio também diminuem.
“Por meio da tecnologia e inovação, é possível atender a um alto número de consumidores, oferecendo a eles uma infinidade de produtos e serviços, com seus diferentes preços, fator fundamental para esta economia”, explica Luiz Motta.
Dessa maneira, os principais diferenciais da economia de plataforma se concentram em:
- Ser mais acessível a todo tipo e tamanho de negócio;
- Oferecer tecnologias que contribuem com a plataforma e a empresa;
- Construir um ecossistema de contribuição entre clientes e negócios.
Essas características contribuem também com o crescimento das próprias plataformas, já que conseguem atrair cada vez mais empresas tentando buscar um “lugar ao sol” dentro delas – e conseguindo.
Economia de plataforma na prática
Como o presidente da Amobitec salienta, as plataformas podem ser pensadas para qualquer realidade ou nicho. Encontrar uma dificuldade e propor uma solução a partir das plataformas pode ser, na verdade, a forma mais fácil de entender o potencial desse sistema.
Foi assim que a Dolado surgiu. A empresa reconheceu a dificuldade que as pessoas tinham em encontrar comércios e negócios que fossem próximos de suas residências. Por isso, reúne em uma só plataforma, dividido por cidade, os comércios locais que sejam “do lado” da casa do usuário. Bom para o consumidor e para os negócios, principalmente os menores.
Mas não só isso: a plataforma também oferece diversas ferramentas para os lojistas tornarem seu trabalho mais ágil e facilitado, promovendo a conexão com fornecedores, por exemplo.
“A nossa ambição desde a fundação da empresa é a de resolver a vida de pequenos comerciantes com otimizações tecnológicas personalizadas. Existem diversas plataformas super avançadas que podem ser utilizadas para otimizar o dia a dia e aumentar suas vendas. Porém, por ser um público que em sua grande maioria não é nativo digital, existe uma grande lacuna entre conhecer as ferramentas de mercado e conseguir fazer a utilização de uma maneira que facilite a vida deles de fato”, explica Khalil Yassine, fundador da Dolado.
Ou seja, a empresa observou uma dificuldade dos negócios e criou uma plataforma que oferece essa conexão específica, que leva em conta, principalmente, a proximidade.
A empresa também chegou em um momento de incentivo às compras locais por conta da pandemia, com as pessoas buscando consumir mais dos pequenos negócios. Ou seja, possibilidade em dobro para as empresas menores se destacarem dentro da plataforma.
O potencial da economia de plataforma na pandemia
A pandemia foi uma impulsionadora do meio digital. Sem a possibilidade de atender ou de atrair seus clientes presencialmente, empresas tiveram que adequar suas vendas para a internet e aplicativos.
Tal mudança pode ter sido desafiadora, principalmente para os pequenos negócios, mas também foi diferencial durante todo o ano de 2020 e continuará sendo também no futuro.
“A gente costuma falar que os comerciantes que nunca precisaram pensar em plataformas ou na digitalização para otimizar seus negócios, com a pandemia, passaram a precisar delas para manter eles em pé”, diz Khalil Yassine, que afirma ter enxergado essa necessidade e ter oferecido diferentes propostas dentro da sua plataforma voltada a contribuir com esses negócios.
Segundo o fundador da Dolado, a pandemia e suas incertezas também exigiram que as próprias plataformas encontrassem maneiras de ajudar esses comerciantes mais vulneráveis com a crise. A startup, por exemplo, criou maneiras de diminuir perdas, como devolução de produtos caso não vendesse, pagamento a prazo, economia de tempo e dinheiro com o catálogo único, entre outros diferenciais.
Para Luiz Motta, a flexibilidade e a autonomia propostas pela economia de plataforma foram essenciais para a consolidação do formato durante o momento de instabilidade da pandemia. Isso também contribuiu com o trabalho dos microempreendedores, aqueles que são os mais vulneráveis. “Ao mesmo tempo, também dá oportunidade de renda para entregadores e motoristas, por exemplo, que estejam precisando dessa ajuda financeira”, diz.
A economia de plataforma, já existente pré-pandemia, teve seu potencial impulsionado nesse momento. Entretanto, assim como o momento histórico foi capaz de alterar comportamentos sociais, também pode mudar hábitos de consumo. Ou seja, o modelo de negócio tende a se consolidar cada vez mais na vida dos consumidores.
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