Imagine passar pelo ciclo menstrual sem poder adquirir um único pacote de absorvente íntimo. Essa é a realidade de milhares de mulheres ao redor do mundo. No entanto, em alguns países, já existem ações em parceria com a iniciativa privada que buscam auxiliar de forma gratuita mulheres que não possuem condições para comprar este tipo de produto.
A Escócia, por exemplo, se tornou o primeiro país a ter uma lei para distribuição gratuita de produtos de higiene íntima feminino. Agora, para ajudar a conectar esses produtos com as mulheres que precisam deles, a empresa Hey Girls lançou o aplicativo PickupMyPeriod.
O app direciona os usuários para o local mais próximo que oferece esses produtos de forma gratuita. A ferramenta permite que o usuário filtre por tipo de produto, localização e acessibilidade, por exemplo, “absorventes em locais acessíveis para cadeirantes”. Uma segunda parte do aplicativo usa flashcards para fornecer conteúdo sobre educação e saúde menstrual. O desenvolvimento do app com a empresa teve apoio do governo escocês.
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Outras ações
PickupMyPeriod é apenas um exemplo do combate à pobreza e auxílio na dignidade de mulheres em vulnerabilidade. Em 2021, vimos uma série de ações globais neste caminho, desde a Namíbia eliminando o imposto sobre absorventes, até a Nova Zelândia exigindo que todas as escolas forneçam absorventes gratuitos para suas alunas.
Embora o suporte do governo e sua legislação sejam cruciais para ações como essa, as marcas também têm um papel nessa conscientização e auxílio. Na Irlanda, a Lidl Ireland se tornou a primeira grande varejista do mundo a oferecer absorventes gratuitos.
Brasil tem iniciativas municipais
Por hora, ainda vemos no Brasil ações isoladas por meio de programas e projetos municipais, mas sem a adesão por parte da iniciativa privada. Um bom exemplo na atenção e cuidado com o tema vem da Prefeitura de Palhoça (SC), que desenvolveu o Programa Ciclo. No projeto é fornecido absorventes higiênicos para mulheres que se encontram em situação de vulnerabilidade social e econômica da cidade de Palhoça.
Inicialmente, a distribuição acontecia apenas nas unidades básicas de saúde dos bairros Vila Nova, Frei Damião e Brejaru. Porém, em agosto do ano passado, os produtos de higiene íntima fornecidos pela Prefeitura passaram a estar disponíveis em qualquer uma das 22 unidades da rede municipal de saúde. A iniciativa da prefeitura já distribuiu mais de 10 mil unidades de absorventes higiênicos para as mulheres participantes do programa.
Com foco na ampliação do programa, abordando a saúde e a higiene feminina, a Prefeitura de Palhoça já deu início ao “Ciclo nas Escolas”, levando conteúdo informativo a alunas do 5º ao 9º ano da rede municipal de ensino.
De acordo com o relatório Livre Para Menstruar, produzido pelo movimento Girl Up, a chamada pobreza menstrual atinge uma em cada quatro adolescentes brasileiras. Por esse motivo, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que uma em cada dez meninas falte aula durante o período menstrual.
Governo brasileiro e a distribuição gratuita de absorventes
Vale lembrar que, na próxima a terça-feira (8/2), o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), convocará a primeira sessão conjunta da Câmara e do Senado para análise de vetos do presidente Jair Bolsonaro a matérias aprovadas no ano passado.
Dos 37 vetos presidenciais, está o veto que trata da distribuição gratuita de absorventes para estudantes de baixa renda de escolas públicas e pessoas em situação de rua ou de vulnerabilidade extrema, impedido pelo presidente no fim do ano passado.
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