As mídias sociais e a ascensão do YouTube e do Instagram como instrumentos de engajamento de extraordinário alcance, trouxeram consigo um novo tipo de artista ou de celebridade: os influenciadores. Cada vez mais, esses protagonistas da internet ganha adeptos, fãs, seguidores e patrocínios. São influenciadores, com grande domínio das interações que mantém e cultivam com sua audiência, maior ou mesmo em nichos específicos. Nesse contexto, quem são as influências e referências que estes influenciadores usam para criar valor ao seu trabalho e também às marcas que ajudam a promover? A delegação Oásis+Whow teve este painel – Influenciando os influenciadores – como uma das boas recomendações de conteúdo do Web Summit. O painel reuniu Eyal Baumel, CEO da Yoola, Reza Izad, CEO da Studio 71 e Alice-Azania Jarvis, editora-adjunta da Elle no Reino Unido para desvendar quem afinal influencia – e se influencia de fato – os influenciadores.
Eyal Baumel é uma comunidade que reúne e conecta criadores de conteúdo e influenciadores para desenvolver estratégias para marcas. Da mesma forma, Reza Izad do Studio 71, também procura trabalhar com influenciadores a serviço das marcas. Há diferentes formas de influenciadores e a arte aqui é conectar influenciadores capazes de contar boas histórias e disseminar mensagens que sejam agradáveis e autênticas.
Para Eyal, a autenticidade vai além de um influenciador mostrar-se exatamente como é, e sim de ter empatia com pessoas em nível global. “Um bom influenciador soa sempre como um amigo próximo, afirma”. Reza diz que a imensa quantidade de dados gerados pelos influenciadores também ajudam a orientar estratégias de marcas. A capacidade de gerar empatia é o que é procurado pelas marcas e o Big Data pode mostrar essa aderência entre influenciadores e marcas de modo efetivo.
“O Instragram é uma plataforma muito consistente. É mais fácil criar grande conteúdo para essa plataforma, mais do que no vídeo. Combinar marcas com influenciadores e gerar identidade é muito mais simples nesse ambiente”, destaca Eyal. O vídeo é uma linguagem que pede maior elaboração e maior cuidado, shows de TV que fazem parte das redes abertas ou a cabo são novos campos a serem explorados e o podcasting sempre é uma boa possibilidade.
“E como é possível garantir que um influenciador pode ser uma aposta segura para as marcas, questiona Alice-Azania. A segurança de um influenciados é uma questão delicada, passa por gerenciar e acompanhar o que os dados dizem de sua experiência ao longo dos anos, sua atuação – que permitam mitigar os riscos de mensagens ou conteúdos inadequados.
O papel dos influenciadores vai crescer nos próximos anos? No entender dos especialistas e executivos, os micro-influenciadores têm um mercado promissor quando realmente focados. Eles são muito eficientes para testar conteúdos e para marcas que precisam ter maior controle sobre a mensagem e o conteúdo. Marcas globais claramente procuram os grandes criadores, comunicadores para atingir audiências com base no endosso deles.
Ou seja, os influenciadores caminham em uma linha tênue onde devem se deixar influenciar pelas marcas que defendem – em diferentes níveis, dependendo da abordagem e de objetivos – e manter sua autenticidade. A grande influência que recebem é a de servir a compromissos comerciais que possam assegurar seu próprio meio de vida. Para exercer a influência sobre seus fãs, ele precisa estar receptivo às influências sutis das mensagens que promove.
Há alguma tendência que irá afetar ou impactar de modo efetivo o trabalho dos influenciadores? Reza afirma que a evolução da ciência de dados irá trazer modelos preditivos cada vez mais sofisticados e que permitirão até mesmo antecipar os resultados de uma ação com influenciadores, com base no Analytics existente. Daqui por diante ter 1 bilhão de views não será garantia de alcance ou resultado em ações baseadas apenas na espontaneidade dos influenciadores. O Analytics será então o influenciador que poderá domar a autenticidade dessas novas celebridades digitais?