Os primeiros debates do World Congress da CI enfatizam o novo status e o poder do consumidor. Instituições de defesa do consumidor e empresas concordam absolutamente com o fato de que o consumidor pode mais. Ao mesmo tempo, o que é possível fazer para acompanhar essa evolução? Questões como sustentabilidade, consumo consciente, informação e transparência, privacidade estão na nova agenda das empresas e dos governos.
O painel “Entregando uma mudança positiva – trazendo para a realidade as novas diretrizes das Nações Unidas para a proteção do consumidor” explorou bastante essa questão. Tereza Moreira, diretora geral de consumidores do ministério da economia de Portugal, comentou sobre a necessidade da mobilização de autoridades públicas e das associações de consumidores para que essa nova agenda seja discutida e produza ações concretas de melhoria dos serviços ao consumidor.
É preciso aplicar uma forma de colaboração internacional para a implantação das novas diretrizes da ONU. O fato é que a experiência latino americana em proteção e defesa do consumidor é notável e pode ensinar muito às demais regiões.
Hugh Stevenson, vice-diretor Internacional de Proteção ao Consumidor da Comissão Federal de Comércio dos EUA, disse que as questões que vêm de baixo, da superfície, podem rapidamente se tornar movimentos de mudança sensível na defesa do consumidor. Juliana Pereira, Secretária Nacional do Consumidor concorda. E defende a criação de um grupo que tenha plano de ações concretas para definir as prioridades corretas das diretrizes da ONU. Segundo Juliana, “Privacidade é importante, economia compartilhada é importante, mas qualidade da água também é. Energia elétrica também é. E precisamos escalonar prioridades regionalmente, considerando essas características”.
Não há dúvidas que as empresas têm um papel decisivo na implantação das novas diretrizes, mas sempre por meio do diálogo, como pontuou Ciro Kawamura, vice-oresidente de Qualidade e Atenção ao Cliente da Telefônica Vivo. A grande diretriz que deve nortear consumidores, empresas e associações de defesa do consumidor é justamente o diálogo, a capacidade de interagir, com tolerância e maturidade. Um novo balanço das relações de consumo depende desse exercício de colaboração.
*Jacques Meir é Diretor de Conhecimento e Plataformas de Qualidade do Grupo Padrão
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Novas diretrizes para a proteção do consumidor da ONU – a necessidade é global, mas as prioridades são regionais