Para continuarem fiéis às marcas, os consumidores estão levando em consideração o quanto cada uma delas estão engajadas com seu perfil. Hoje, a sustentabilidade passou a ser ponto primordial de muitas empresas. Com essa demanda cada vez maior de consumo consciente, as empresas veem-se obrigadas a desenvolver o Marketing Verde e observar cuidadosamente seu desempenho ambiental através de ações corporativas orientadas ecologicamente corretas.
Marketing verde, também conhecido como marketing ambiental, é a estratégia de comunicação voltada ao processo de venda de produtos e serviços que são baseados nos benefícios e preocupação com meio ambiente. Trata-se de uma ferramenta poderosa de gestão que pode interferir diretamente no crescimento da marca, pois cada dia mais cresce no Brasil o número de consumidores conscientes.
As empresas, por sua vez, têm o desafio de entregar aos consumidores não apenas a preocupação com a causa, mas sim implantar estes conceitos na produção e entrega de seus produtos. Não apenas vender o conceito, mas sim um comprometimento real na entrega de um produto ou serviço ?ecologicamente correto? que possa ajudar na qualidade do meio ambiente.
Ações de sustentabilidade que mostram a preocupação da marca com a construção de um mundo melhor e, principalmente, que trazem a tona a realidade sentida por todos, como a falta de recursos hídricos, aquecimento global e desmatamento, cria um vínculo muito próximo com o cliente final, que entende que a marca não está apenas preocupada em vender.
O grande ?boom? das redes sociais e o aumento da interação dos consumidores com as marcas trouxe uma perspectiva diferente para a interação dos clientes com as companhias. Segundo a Edelman, 73% dos consumidores esperam que as marcas fomentem interações mais humanas e significativas com eles.
As marcas se tornaram parte da vida dos consumidores, passando a representar as suas preferências como cidadãos e parte de grupos específicos. As preferências por marcas são quase características da personalidade do consumidor.
Um novo tipo de empresa tem surgido ? aquela que prioriza não só a sustentabilidade econômica, mas também a social e a ambiental. Esse posicionamento dos empreendedores tem sido muito importante para engajar e criar um vínculo entre o consumidor final e as marcas. Diante do excesso de opções, não é só o preço que determina a decisão de compra. A incorporação de práticas sustentáveis é hoje uma das mais reconhecidas e admiradas pelo consumidor final.
Ser sustentável não só fortalece a marca, mas também o mercado. Hoje o fator preço tem se tornado determinante na hora da compra, para que isso não torne o mercado insustentável, as marcas precisam dar sinais de que estão preocupadas com os mesmos problemas que o consumidor e engajadas em transformar o ambiente em que ele vive em algo maior e melhor, agregando valor à marca e promovendo uma experiência de compra diferenciada – se as companhias seguirem orientadas apenas por preço o mercado quebra.
Segundo pesquisa da Nielsen, 66% dos consumidores ao redor do mundo dizem que preferem comprar produtos e serviços de companhias que tenham implementado programas que deem algum retorno para a sociedade. Esse tipo de preferência se expande para outras áreas também: 62% deles preferem trabalhar para empresas com esse tipo de iniciativa e 59% preferem investir em companhias assim. 46% dos consumidores dizem estarem dispostos a pagar mais por produtos e serviços de companhias que se importam com as consequências que o seu negócio traz para o mundo. A pesquisa ainda ressalta que consumidores socialmente conscientes veem mais valor em ações de sustentabilidade ambiental.
Cada vez mais o posicionamento das marcas vai influenciar na decisão de compra do consumidor. Segundo o IBOPE cerca de 62% dos consumidores brasileiros trocariam determinada marca por outra que se preocupa em apoiar a cultura, aumentar o bem estar das pessoas ou melhorar a cidade.
***
Mayra Gianoni, diretora executiva da Site Sustentável, empresa pioneira na neutralização do C02 emitido por sites através do plantio de árvores nativas da Mata Atlântica.
Leia mais:
99% das empresas praticam a sustentabilidade
KPMG: novo guia de avaliação para relatórios de sustentabilidade
Indústria: quanto menos depender de recursos, melhor